Delegado da PF e pré-candidato critica governo Bolsonaro: 'Defende bandido'
O delegado da PF (Polícia Federal), ex-superintendente da corporação no Amazonas, e pré-candidato à Câmara dos Deputados pelo Rio de Janeiro Alexandre Saraiva rebateu um comentário nas redes sociais em que era questionado "por que ele não iria trabalhar". O pré-candidato, que é filiado ao PSB, acusou o governo Jair Bolsonaro de "defender bandidos".
"Por que você não vai trabalhar?", escreveu um internauta na noite de ontem. Saraiva rebateu a pergunta: "Porque neste governo quando o policial trabalha costuma aparecer um ministro para defender os bandidos. Em seguida, o policial é defenestrado. Só por isso. Entendeu ou preciso desenhar?", rebateu.
Na publicação em que compartilhou a resposta, postada na manhã de hoje, o pré-candidato ainda escreveu: "Bom dia! O gado já tomou a primeira do dia."
Em 2021, Saraiva foi retirado do cargo um dia após enviar uma notícia-crime ao STF (Supremo Tribunal Federal) contra o então ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, e o senador Telmário Mota (Pros-RR).
Na época, Saraiva, que apontou os crimes de obstrução de investigação ambiental, advocacia administrativa e organização criminosa, disse que Salles e o senador estavam dificultando ações de fiscalização contra madeireiros. O delegado também denunciou que Salles fez uma "pseudoperícia" na madeira apreendida em uma operação da PF. Procurado na ocasião, o ministério do Meio Ambiente afirmou que o delegado "seguia em busca de holofotes".
O delegado foi posteriormente transferido para a delegacia da PF em Volta Redonda, no Rio de Janeiro.
Saraiva acusa governistas de defenderem desmatamento
Em junho, Saraiva acusou uma série de parlamentares governistas, entre eles a deputada Carla Zambelli (PL-SP) e o senador Jorginho Mello (PL-SC), de serem "financiados por madeireiros."
Em entrevista ao canal GloboNews, ele disse ser difícil conter crimes ambientais na Amazônia "porque os políticos da região são apoiados por quem comete o desmatamento ilegal"
"Esses criminosos têm boa parte dos políticos da região norte no bolso, eu estou falando de governadores, senadores", disse.
Olha o Centrão, veja de onde saíram grande parte dos parlamentares do Centrão. São financiados por esses grupos. [Os senadores] Zequinha Marinho, Telmário Mota, Mecia de Jesus, Jorginho Melo de Santa Catarina mandou ofício, a Carla Zambelli foi lá defender madeireiro. Temos uma bancada do crime, de marginais, de bandidos. Alexandre Saraiva, em entrevista à Globo News
O delegado continuou, dizendo que "a maior prova de que ele está certo é que já fez essas acusações antes e nunca foi processado".
Após a declaração do delegado, Zambelli disse que Saraiva é "um pré-candidato tentando criar manchete para aparecer. Será acionado judicialmente". Já o senador Jorginho Mello disse em nota que "nunca apoiou a extração ilegal de madeiras", e não "participou da audiência pública que ocorreu na Câmara dos Deputados e nunca fez nenhum tipo de ofensa ao delegado".
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