Eduardo Bolsonaro diz que casamento serve para 'proteger a mulher'
O deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP) proferiu uma fala machista hoje ao dizer que a função do casamento é para "proteger a mulher". A declaração foi dada durante participação no podcast "+1", da Jovem Pan, ao abordar os "valores judaico-cristãos de confecção de uma família".
No podcast, o parlamentar, ao pontuar o que são pautas de esquerda e de direita, destacou que o casamento é um tema que incomoda a esquerda porque "fere os homossexuais" que querem ter o direito de casar "dentro da igreja", fato que violaria o tradicionalismo judaico-cristão.
Nesse contexto, o deputado disse não ser possível uma pessoa se considerar de direita e ser a favor da legalização do aborto, pois seria ir contra esses "valores judaico-cristãos" norteadores das famílias. Conforme o filho 03 do presidente Jair Bolsonaro (PL) a união matrimonial tem por premissa básica a "proteção" da mulher pelo homem.
Ao exemplificar sua fala, Eduardo Bolsonaro pontuou que, quando um homem e uma mulher começam a se relacionar, mas o homem tenta "avançar o sinal", é a mulher quem deve "botar o freio" para impedir que se chegue às vias de fato, pois, disse ele, "se a mulher transasse com todo mundo" ela dificilmente saberia quem é o pai da criança, e "provavelmente" criaria o filho sozinha. Então, continuou o deputado, o matrimônio, além de "proteger" a mulher, também "serve" para que o pai tenha "vergonha na cara" para "criar aquele filho".
"O casamento mesmo, ele serve para proteger a mulher, cara. Imagina só: você era um garotão adolescente, começou a dar beijo na menina... Quem é que avançava o sinal vermelho? É você ou era ela? Quem bota o freio é a mulher. Se a mulher chegasse e começasse a transar com todo mundo ela saberia quem é o pai da criança? Ela provavelmente seria mãe solteira. Dá para ser? Dá até para ser mãe solteira, [mas] vai ter que ralar o dobro. Então o casamento serve para proteger a mulher e o pai ter vergonha na cara e ter a responsabilidade e criar aquele filho", declarou, ressaltando que ele ajuda sua esposa, Heloisa Wolf, a cuidar da filha do casal, Geórgia, de 1 ano e 8 meses.
"Eu tenho uma filha de 1 ano e 8 meses, divido várias responsabilidades com minha esposa. Se ela tivesse que tomar conta sozinha da criança, coitada dela, e ainda ia ter que se virar para se sustentar sozinha", falou.
Essa não foi a primeira fala machista de Eduardo Bolsonaro. Em fevereiro, o parlamentar associou o desabamento da Linha-6 do Metrô de São Paulo à presença de mulheres na equipe, e foi criticado inclusive por sua aliada, a deputada estadual Janaina Paschoal (PRTB-SP).
Em 2015, Eduardo publicou no Twitter uma foto da deputada federal Jandira Feghalli (PCdoB-RJ) em que ironizou uma notícia sobre ameaças de estupro sofridas por ela. No ano anterior, em 2014, Jair Bolsonaro disse para a deputada federal Maria do Rosário (PT-RS) que ela "é muito feia para ser estuprada".
Dificuldade no eleitorado feminino
De olho na reeleição, o presidente Jair Bolsonaro enfrenta dificuldades para avançar no eleitorado feminino, e perde para seu adversário direto, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que tem a maioria dos votos entre as mulheres.
Conforme a pesquisa mais recente divulgada pelo Datafolha, 49% das eleitoras têm preferência por Lula ante 21% de Bolsonaro. No índice de rejeição, 61% das mulheres entrevistadas rejeitam o atual mandatário.
Para melhorar sua imagem perante as eleitoras, o PL, partido de Bolsonaro, tem usado alguns projetos de leis sancionados pelo governo para combater essa rejeição.
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