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Randolfe: Aras e Lindôra têm atuação como 'cabos eleitorais' de Bolsonaro

Colaboração para o UOL, em São Paulo

26/07/2022 15h39Atualizada em 26/07/2022 15h39

O senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP), que foi vice-presidente da CPI da Covid-19, afirmou hoje que o procurador-geral da República, Augusto Aras, e a vice-procuradora-geral, Lindôra Maria Araújo, têm agido como cabos eleitorais do presidente Jair Bolsonaro (PL).

"Senhor Aras e sua testa de ferro, senhora Lindôra Araújo, fazem o arquivamento sem terem aberto o inquérito. Vieram com a balela de procedimentos preliminares para, no final, em uma manifestação que se equipara a uma atuação como cabos eleitorais de Jair Bolsonaro antes da eleição começar, fazerem liminarmente o arquivamento", disse o senador, durante participação no UOL News.

Ao lado de outros senadores que integraram a CPI da Covid, Randolfe protocolou hoje pela manhã uma petição para que o STF (Supremo Tribunal Federal) não arquive o relatório da Comissão Parlamentar de Inquérito.

"Isso subverte o que é o Ministério Público. O MP é o detentor do in dubio pro societate, ou seja, na dúvida prevalecem os interesses da sociedade. A única coisa que o MP de Aras e Lindôra não cumpre é defender a sociedade, como diz o princípio mais basilar do funcionamento do MP conforme reza a Constituição", continuou.

PGR diz que ações são 'devidamente motivadas'

Em nota, a Procuradoria-Geral da República disse que "todas as manifestações enviadas ao Supremo Tribunal Federal estão devidamente motivadas" e que adota todas as providências legais desde que recebeu o relatório final da CPI da Covid.

O órgão reiterou ainda que a atuação do grupo tem caráter político. "A PGR reitera ainda que, embora importantíssimo, o papel da Comissão Parlamentar de Inquérito tem caráter político. Já o Ministério Público tem sua atuação limitada pelos princípios que regem a atividade jurídica", disse.

"Desrespeito às vítimas"

Randolfe também destacou que o pedido de arquivamento de sete das 10 apurações preliminares envolvendo o presidente Jair Bolsonaro feito pela PGR (Procuradoria-Geral da República) ao STF é um desrespeito com todas as vítimas da covid-19 e suas famílias.

"O ato ontem subscrito pela senhora Lindôra, mas na verdade a mando do senhor Augusto Aras, se equipara a vilipêndio de cadáver", disse Randolfe, sem apresentar provas ao dizer que a decisão de Lindôra foi a mando de Aras. "A ação que foi protocolada ontem é um desrespeito a todas as vítimas da pandemia de covid-19 no Brasil."

Diante do pedido de arquivamento feito pela PGR, Randolfe Rodrigues, Omar Aziz (PSD), Renan Calheiros (MDB), Humberto Costa (PT), Otto Alencar (PSD), Tasso Jereissati (PSD) e Fabiano Contarato (PT-ES) protocolaram uma petição junto ao STF nesta manhã para que as ações tomadas durante a pandemia sejam investigadas.

"Pedimos para que o STF peça ao Conselho Superior do MPF para designar um procurador isento para conduzir essa investigação. Pedimos que essa investigação seja tocada com as providências mínimas que se necessitam para qualquer investigação, com diligências e instauração de inquérito", finalizou.