Paes: 'Ninguém pediu para mudar o desfile de 7 de Setembro de lugar'
O prefeito do Rio de Janeiro, Eduardo Paes, disse hoje que não recebeu nenhum pedido oficial para que o local do desfile de 7 de Setembro fosse mudado do centro do Rio de Janeiro para Copacabana. "O evento será organizado onde o Exército solicitou e onde sempre foi feito, na Presidente Vargas", escreveu Paes em seu perfil no Twitter. O município é responsável por preparar a estrutura técnica do ato.
A manifestação ocorre depois de o presidente Jair Bolsonaro (PL) ter afirmado, no último sábado (30), que a solenidade seria realizada na avenida Atlântica, local em que geralmente ocorrem manifestações governistas. No ano passado, o mandatário usou o feriado para fazer discursos com ataques a ministros do STF (Supremo Tribunal Federal) e de caráter golpista.
O ato no Rio de Janeiro deve ter caráter político, uma vez que será realizado um mês antes das eleições, num momento em que Bolsonaro aparece atrás do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) nas pesquisas de intenção de voto. O UOL apurou que Bolsonaro já informou ao Ministério da Defesa sobre o desejo de realizar os atos em Copacabana. A pasta deve solicitar a mudança à Prefeitura do Rio na próxima semana.
"Temos algo tão ou mais importante que a própria vida: é a nossa liberdade. E a grande demonstração disso, eu peço a vocês que seja explicitada no próximo dia 7 de setembro. Estarei às 10h da manhã em Brasília, num grande desfile militar, e às 16h em Copacabana, no Rio de Janeiro", disse o presidente hoje, em evento com apoiadores no Recife.
PGR deverá se manifestar sobre evento
Ontem, a ministra Cármen Lúcia, do STF (Supremo Tribunal Federal), deu cinco dias para que o mandatário apresente informações sobre os planos de mudar realizar o desfile de 7 de Setembro em Copacabana. A PGR (Procuradoria-Geral da República) e a AGU (Advocacia-Geral da União) também devem se manifestar no processo. Na ação, o senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP) diz que a possível mudança não tem motivação técnica, mas política.
O congressista afirma que a intenção do presidente é "associar sua candidatura ao apoio institucional das Forças Armadas, bem como vender a ideia de que possui amplo apoio popular, divulgando o evento como apoio à sua reeleição".
Um dos argumentos é o de que, apesar da obediência hierárquica e da disciplina que regem as Forças Armadas, é necessária a intervenção do Poder Judiciário para que elas não sejam utilizadas em desacordo com a Constituição Federal. O senador também argumenta que o ato do presidente da República de transferir o local das comemorações do bicentenário da Independência no Rio de Janeiro viola o direito de pessoas que desejam participar de um evento comemorativo, sem viés eleitoreiro.
Na avaliação de Randolfe, o presidente se aproveita de sua condição de comandante supremo das Forças Armadas para levar o desfile militar para o mesmo ambiente para o qual convocou seus apoiadores para ato político, em evidente abuso de poder político e econômico.
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