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Pastor diz que Lula deve fazer 'aceno' e falar 'linguajar' dos evangélicos

Pastor da Assembleia de Deus Paulo Marcelo Schallenberger ao lado do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) - Ricardo Stuckert/PT
Pastor da Assembleia de Deus Paulo Marcelo Schallenberger ao lado do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) Imagem: Ricardo Stuckert/PT

Colaboração para o UOL, em Maceió

10/08/2022 15h10

O pastor da Assembleia de Deus Paulo Marcelo Schallenberger, escolhido pelo PT para alavancar a campanha do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva entre os evangélicos, reclamou da falta de espaço concedida a ele dentro da campanha, afirmou que "já passou da hora" de o petista "fazer acenos" aos eleitores evangélicos, além de adotar uma "linguajar" com termos mais religiosos.

"Eu acho que falta espaço (para mim na campanha do PT). Pela entrega que tive e intensidade que vim para ajudar, acho que poderia ter sido aproveitado melhor. Poderia fazer um pouco mais pela campanha", disse o pastor, em entrevista ao O Globo.

Segundo o líder religioso, o PT tem "dificuldade" de conceder espaço a pessoas que não estão há anos dentro do partido, e apontou que até a esposa de Lula, a socióloga Rosângela da Silva, a Janja, e o senador Randolfe Rodrigues, um dos principais coordenadores da campanha petista, têm essa mesma dificuldade.

"Mas essa é uma situação da campanha, e não do presidente. O Lula é o contrário. Ele quer somar. Ele que teve a ideia de trazer todos para uma frente ampla", acrescentou Schallenberger, ressaltando que aconselhou o ex-presidente a fazer uso de um vocabulário com termos mais próximos dos evangélicos, como se referir ao presidente Jair Bolsonaro (PL) como "fariseu", por exemplo.

Por fim, o pastor da Assembleia de Deus em Foz do Iguaçu, no Paraná, disse ser importante que Lula ande acompanhado por um representante da comunidade evangélica, já que "ele sempre leva alguém do sindicato, dos movimentos negro, feministas e LGBTQIA+".

Atrás de Lula nas pesquisas de intenções de votos, Bolsonaro lidera no segmento evangélico. De acordo com a última pesquisa da Quaest, divulgada no começo do mês, o atual mandatário soma 48% da preferência desse público, ante 29% do petista — no entanto, segundo o Datafolha mostrou, Bolsonaro sofre com a resistência das mulheres evangélicas.

Ainda no segmento religioso, mas em relação aos eleitores católicos, Lula lidera a corrida com 51% dos votos, contra 27% de Bolsonaro, conforme a Quaest.