Bolsonaro ignora briga, pede 'apoio' a candidatos e discute por Whey
O presidente Jair Bolsonaro (PL) ignorou na live de hoje à noite a confusão em que esteve envolvido mais cedo ao tentar impedir que o youtuber Wilker Leão o filmasse após chamá-lo de "tchuchuca do centrão". Em vez disso, o chefe do Executivo protagonizou atrito com assessores pelo imposto do Whey protein, pediu apoio para candidatos nas eleições deste ano, falou que é o "melhor marido do mundo" e, novamente, tentou se aproximar do eleitorado feminino, de quem sofre rejeição.
Briga por imposto do Whey. Um dos primeiros assuntos da transmissão ao vivo do presidente, que sempre acontece às quintas-feiras, foi a redução do imposto que incide no concentrado de proteína Whey. O presidente disse que a taxa "passou de 11% para 0% e ajuda aí o pessoal que malha".
Uma pessoa por trás das câmeras contestou Bolsonaro, dizendo que o imposto seria reduzido a 4%, não zerado. "Não vem dá peruada, fica na tua aí, tô olhando na minha frente", retrucou o presidente.
"Os complementos alimentares de nutrição esportiva [foram] de 12% para 0%, o que passou de 11% para 4% é lactal. Eu perguntei alguma coisa para vocês?", continuou.
"Sou o melhor marido". Bolsonaro tornou a tentar aproximação com o eleitorado feminino e afirmou que "as mulheres sabem administrar melhor o dinheiro, em comparação com os homens". Segundo o presidente, foi isso que motivou a então ministra Tereza Cristina, da Agricultura, a organizar para que títulos de terra para assentados fossem majoritariamente distribuídos para mulheres.
Tem que fazer comparações, quem gosta de fazer comparações são as mulheres, 'olha a roupa daquela ali, olha o penteado'. Elas têm essa expertise, só não pode comparar marido. Eu sou o melhor marido do mundo, com certeza
Jair Bolsonaro em live
Confusão de mais cedo não foi citada. No começo da tarde, o youtuber Wilker Leão fazia um vídeo confrontando Bolsonaro e disse ao presidente: "Quero ver se é corajoso para conversar comigo, tchutchuca do centrão [...] Esse aí está fazendo tudo que o PT faz, senão o PT volta. Seu covarde, safado, vagabundo, estou falando na frente do gado do cercadinho. Cadê o machão?".
O chefe do Executivo, então, segurou o braço dele e tentou pegar o celular. "Vem cá, vem cá, quero falar contigo", disse, enquanto seus seguranças tiravam Leão do local. Na live de hoje, Bolsonaro não fez nenhum comentário sobre o ocorrido e evitou o assunto.
Apoio para seus candidatos. O presidente dedicou o fim de sua live para mostrar fotos, dizer os nomes, partidos, estados e números de urna dos candidatos que ele apoia nas eleições deste ano. No início da transmissão, o chefe do Executivo justificou que tais ações estão liberadas agora, em referência à propaganda eleitoral ter sido autorizada na terça-feira (16) pelo TSE (Tribunal Superior Eleitoral). Bolsonaro cumpriu agenda hoje fora de Brasília e não estava no
Datafolha foi ignorado. Apesar de ter crescido na pesquisa Datafolha, divulgada minutos antes da transmissão ao vivo, o presidente não tocou no tema. Ele aparece em segundo lugar, agora com 32% das intenções de voto para o primeiro turno presidencial, atrás de Luiz Inácio Lula da Silva (PT), que lidera com 47%.
Em maio, a distância entre o presidente e o petista era de 21 pontos. Em julho, ela desceu a 18 pontos e, agora, é de 15 pontos.
Bolsonaro negou golpe. Com ânimos exaltados, planos para manifestações de 7 de setembro e a revelação de um grupo de empresários bolsonaristas que apoiam golpe caso Lula seja eleito, o presidente hoje disse não entender por que é acusado de ameaçar a democracia.
"Falam o tempo todo aqui que eu quero dar golpe, que quero conduzir o Brasil não sei para onde, mentira em cima de mentira", afirmou.
*Com informações de Estadão Conteúdo
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