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Toledo: Datafolha confirma redução de chance de Lula vencer em 1º turno

Colaboração para o UOL, em São Paulo

18/08/2022 19h45Atualizada em 18/08/2022 20h43

A diminuição da vantagem do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) em relação a Jair Bolsonaro (PL) na pesquisa Datafolha divulgada hoje (18) aponta que o petista pode não conseguir "liquidar" a eleição já no primeiro turno, segundo o colunista do UOL José Roberto de Toledo.

"Apesar de o número de Lula ter se mantido igual, 47% do total de votos, quando você computa apenas os votos dados em candidatos, a proporção dele diminuiu", comenta Toledo. O candidato petista soma 51% dos votos válidos, que excluem brancos e nulos, no limite para vencer a disputa no 1º turno. Ainda com chances, mas bem menores devido ao limite da margem de erro, de dois pontos percentuais para mais ou para menos.

"O Lula vinha de 54% dos votos válidos lá em maio, passou para 53% em junho, 52% em julho e agora em está com 51%, ali no limite que não é nem da margem, no limite do próprio número de não conseguir liquidar a fatura no 1º turno", afirma o colunista do UOL.

Entre os votos totais, o ex-presidente aparece com os 47% dos votos do levantamento anterior, ante 32% do atual mandatário, que avançou três pontos percentuais. Toledo, Carla Araújo e Alberto Bombig avaliaram os dados durante o programa "Análise de Pesquisas".

Na pesquisa estimulada, quando são apresentados os nomes para o entrevistado, o petista tem 47% das intenções de voto, e Bolsonaro tem 32%. Na pesquisa anterior, Lula aparecia com 47% e Bolsonaro com 29%. Ciro Gomes (PDT) marcou 7%, Simone Tebet teve 2%, Vera Lúcia (PSTU) ficou com 1%. Os outros candidatos não pontuaram.

Por ter 47% das intenções de voto, e a soma dos outros candidatos ser 42%, Lula ainda pode ganhar no primeiro turno. Em terceiro lugar aparece Ciro Gomes (PDT), com 7%.

Para Toledo, a pesquisa mostra ainda que os demais candidatos não têm conseguido se viabilizar para evitar a polarização. "Eu digo, jocosamente, que na verdade não é uma terceira via. É a turma do acostamento, porque nunca saem do lugar."

Com isso, segundo Toledo, há uma tendência de que a população migre para um "voto útil" ainda no primeiro turno. Se isso acontecer, afirma o comentarista, haveria maior chance de que a eleição de fato terminasse já no dia 2 de outubro.

"A soma dos outros candidatos que não são Bolsonaro e nem Lula, que estava em 13% nas últimas três rodadas do Datafolha, agora está em 10% e significa que a polarização está se acentuando e os eleitores que estavam sem candidatos estão apontando por um dos dois ponteiros", afirma.

"Se essa tendência se mantiver e os candidatos Simone Tebet e Ciro Gomes continuarem a perder intenção de voto, aí pode ter uma antecipação do 2º turno no 1º", encerra Toledo.

Bombig: Bolsonaro está no páreo; opositores andam de lado

Para Alberto Bombig, o Datafolha mostrou que Bolsonaro (PL) "está no páreo" e tem conseguido avançar na campanha para a reeleição enquanto opositores, como o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e o ex-ministro Ciro Gomes (PDT), seguem estacionados nos levantamentos de intenção de votos.

"O Lula andou de lado, o Ciro andou de lado, a [Simone] Tebet andou de lado e o Bolsonaro cresceu fora da margem e isso é um fato nessa pesquisa", afirma o colunista do UOL no programa Análise de Pesquisas, que foi ao ar na noite de hoje.

Para Bombig, a disputa pelo Palácio do Planalto tem dado sinais de que vai contar com um segundo turno. "Aquela ideia que a gente teve em maio, quando saiu um Datafolha que deu a maior vantagem do Lula, que poderia se criar uma nova 'onda Lula', que seria um arrastão e que o Bolsonaro estava derrotado e tudo mais, essa ideia neste momento não prospera."

Araújo: Campanha de Bolsonaro precisa evitar tropeços e reduzir rejeição

O Datafolha também apontou uma alta rejeição ao presidente Jair Bolsonaro (PL), com 51% dos entrevistados que afirmam não votar nele, ante 37% para o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

Reverter esses números negativos é um desafio para sua campanha, mas não o único. O comportamento impulsivo de Bolsonaro é visto como outro empecilho, aponta a colunista Carla Araújo no programa Análise das Pesquisas. Hoje, por exemplo, ele teve um embate com o youtuber Wilker Leão em Brasília.

Para a colunista do UOL, episódios assim dificultam a missão de "suavizar" a imagem do presidente.

"A campanha do Bolsonaro sabe que humanizar e diminuir essa rejeição é uma tarefa muito complicada e que às vezes o presidente, como hoje, acaba escorregando e mostrando seu lado um pouco mais agressivo", afirma a colunista, que tem acompanhado as viagens do presidente e bastidores na corrida eleitoral.

O Análise de Pesquisas vai ao ar sempre após a divulgação de pesquisas Ipec ou Datafolha para presidência da República.

Quando: toda semana após divulgação de pesquisa Ipec ou Datafolha.

Onde assistir: Ao vivo na home UOL, UOL no YouTube e Facebook do UOL. Veja a íntegra do programa: