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Oposição critica Bolsonaro após briga; apoiadores omitem trecho polêmico

O presidente Jair Bolsonaro se envolveu em uma confusão com o youtuber Wilker Leão - Reprodução/G1
O presidente Jair Bolsonaro se envolveu em uma confusão com o youtuber Wilker Leão Imagem: Reprodução/G1

Colaboração para o UOL

18/08/2022 16h13Atualizada em 18/08/2022 16h21

Políticos de oposição criticaram o presidente Jair Bolsonaro (PL) nas redes sociais após o chefe do Executivo se envolver em uma confusão, nesta manhã, com o youtuber Wilker Leão enquanto conversava com apoiadores. Ele chegou a puxar o homem pela camisa e tentou pegar o celular do influenciador digital.

"Bolsonaro tenta tomar celular e corre atrás de homem!! O vagabundo virou cachorro morto mesmo! Todo mundo quer chutar o safado", escreveu o deputado federal André Janones (Avante-MG), que integra a campanha do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) à Presidência.

O perfil do presidenciável Ciro Gomes (PDT) destacou o trecho em que Wilker Leão chama Bolsonaro de "tchutchuca do centrão". "Alguém disse tchutchuca do centrão? Me ajudem aqui porque a agenda está corrida: vocês estão falando de Bolsonaro ou de Lula?".

A confusão começou quando o youtuber começou a fazer provocações ao presidente. Em um primeiro momento, ele é empurrado e cai no chão — não é possível identificar quem o empurrou. Irritado, ele passa a xingar Bolsonaro de "vagabundo", "safado", "covarde" e "tchutchuca do Centrão".

O vídeo mostra que o presidente chega a entrar no carro oficial, mas sai do veículo e vai em direção ao youtuber. Bolsonaro diz que queria falar com Leão, se aproxima e tentar colocar a mão no celular, puxando o homem pela gola da camisa e segurando o seu braço.

"Absurdo! Bolsonaro agride homem que o abordou. O miliciano passou de todos os limites!", escreveu nas redes sociais Guilherme Boulos (PSOL-SP), candidato a deputado federal.

Ex-apoiadora de Bolsonaro, a deputada federal Professora Dayane Pimentel (União Brasil-BA) também criticou o presidente. "Na boca de uma eleição, imagine depois de reeleito. Bolsonaro não aguenta ser questionado porque é um estelionatário eleitoral".

Apoiadores omitem trecho

Apoiadores do presidente Jair Bolsonaro têm tentado contornar a repercussão negativa do episódio nas redes sociais. Os bolsonaristas omitem o trecho da briga com o youtuber e compartilham a parte em que Bolsonaro conversa com Wilker Leão.

"Youtuber gritou vários ataques e palavrões ao presidente Jair Bolsonaro. Aí o que ele fez? Chamou o cara para conversar. Por que não pediu para conversar desde o começo como todo mundo sempre faz?", escreveu o vereador de São Paulo Paulo Chuchu.

Um usuário do Twitter identificado como Silvio Grimaldo, com 118,7 mil seguidores na rede social, foi outro que destacou o trecho em que Bolsonaro conversa, aparentemente mais calmo, com o youtuber, para minimizar o episódio.

"E assim acabou a tal história de que o Bolsonaro agrediu o jovem gafanhoto...O bom da internet é isso, as fake news da grande imprensa contra Jair Bolsonaro não chegam ao meio-dia", escreveu.

Elisa Brom, que conta com 155,3 mil seguidores no Twitter, compartilhou o trecho em que Bolsonaro é xingado, mas também destaca a parte em que os dois conversam. Ela compara o youtuber aos membros do MBL (Movimento Brasil Livre), que também ficaram conhecidos por gravar vídeos atacando adversários.

"Todo mundo sabe que Bolsonaro é acessível!!! Na sequencia, rolou uma conversa entre o presidente Jair Bolsonaro e o youtuber", escreveu.

Quem é homem metido em confusão com Bolsonaro?

Wilker Leão protagonizou uma confusão com o presidente Jair Bolsonaro (PL) hoje na saída do Palácio da Alvorada, em Brasília (DF). Além de produzir conteúdo para redes sociais, Leão é cabo da reserva do Exército e advogado, segundo seus perfis online. Em abril, ele já havia tido outro atrito com o presidente.

O conteúdo de Leão, que serviu oito anos ao Exército, se baseia em política, especificamente em gerar debates acalorados com pessoas de grupos diferentes. Vários vídeos possuem títulos como "Questionei bolsonaristas no Alvorada" ou "Questionando o gado", uma forma pejorativa de chamar os eleitores do presidente.

Sem se identificar publicamente com direita, centro ou esquerda, o cabo da reserva diz apenas que é "entusiasta do militarismo" e produz também vídeos intitulados "Questionando petistas em Brasília" e "Questionando esquerdistas".