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Bolsonaro leva venezuelano a palanque e diz que Lula só ganha no Datafolha

Felipe Pereira, Hanrrikson de Andrade, Leonardo Martins, Do UOL, em Belo Horizonte e em Brasília

24/08/2022 16h29

Com um discurso repleto de críticas à esquerda e aos governos do PT (2003 a 2016), o presidente Jair Bolsonaro (PL) declarou hoje considerar que o seu principal adversário nas urnas, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, 'só ganha no Datafolha'.

"Mais em lugar nenhum", disse o governante e candidato à reeleição. Ele fez referência direta às pesquisas de opinião realizadas até o momento.

Amostras indicam que Lula está em vantagem na corrida eleitoral e tem condições reais de vencer no primeiro turno. Divulgado em 19 de agosto, o último estudo do Datafolha coloca o petista à frente com 47% das intenções de voto após o início oficial da campanha eleitoral. Bolsonaro tem 32%.

Ascensão. Desde maio, a distância entre eles na série histórica do Datafolha caiu de 21 para 15 pontos percentuais. Apesar do crescimento de Bolsonaro, Lula continua a liderar com margem.

Venezuelano no palanque. A declaração do postulante à reeleição ocorreu em Belo Horizonte, onde ele cumpriu hoje agenda de campanha. Além de criticar o adversário, Bolsonaro levou ao palanque montado na capital mineira um refugiado venezuelano.

Apoiador do presidente, o imigrante se identificou como José Gregório e relatou as dificuldades que teve para cruzar a fronteira e fugir para o Brasil. "Já tenho 4 anos no Brasil. Passei muito trabalho, saí da Venezuela na miséria e com fome", declarou ele.

Gregório atribuiu a fuga de seu país natal ao governo do presidente Nicolás Maduro. "O presidente que temos na Venezuela acabou com a nossa riqueza, o ouro, as minas. (...) Entrei no Brasil e fiquei cinco dias andando com mala e mochila nas costas. Ninguém dava carona para nós."

De Randolfe a Fidel. A lista de desafetos no discurso de Bolsonaro também incluiu o senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP), que foi chamado de "patético". Até Fidel Castro, líder da revolução cubana morte, foi lembrado nas críticas.

Bolsonaro sugeriu que ele, Fidel, 'não foi para o paraíso'. "Deve estar em um lugar bem quente".

Sem revista Último evento do candidato a reeleição, o comício na Praça da Liberdade teve mais do mesmo e os discursos tiveram os mesmos temas. A diferença é que terminada a motociata, Bolsonaro foi na direção do público.

Ele caminhou ao longo da grade cumprimentando pessoas. Foi o evento de campanha com maior interação e o candidato à reeleição apertou a mão até de pessoas que estavam do lado de fora do perímetro cercado pela segurança, o que significa que estes apoiadores não foram revistados.

Na hora do discurso, houve entrosamento. Bolsonaro fazia declarações e a plateia respondia em coros da campanha de 2018. Menção à entrevista no Jornal Nacional, gritos de "Globolixo". Citação de casos de corrupção e as pessoas repetindo "Lula ladrão, seu lugar é na prisão".

O pronunciamento furtou 17 minutos e o público ocupou boa parte da praça