STF determina que Roberto Jefferson continue preso e vá para Bangu 8, no RJ
O juiz Aírton Vieira decidiu hoje manter a prisão do ex-deputado federal bolsonarista Roberto Jefferson (PTB), preso desde ontem depois de ter disparado cerca de 20 tiros com o fuzil e lançado duas granadas contra agentes da PF (Polícia Federal).
Após audiência de custódia na tarde desta segunda-feira (24), o desembargador auxiliar do ministro Alexandre de Moraes no STF (Supremo Tribunal Federal) determinou que o político seja transferido para o presídio Pedrolino Werling de Oliveira, conhecido como Bangu 8, no Rio de Janeiro. Voltada para detentos com nível superior completo, a unidade penitenciária havia abrigado o ex-congressista de agosto de 2021 até janeiro deste ano.
O mandado de prisão foi emitido depois de a ex-deputada federal Cristiane Brasil (PTB) publicar em redes sociais um vídeo em que o pai aparece proferindo insultos misóginos contra a ministra Cármen Lúcia, do STF. Na avaliação do magistrado, a divulgação viola medidas impostas numa ação penal em que Roberto Jefferson é acusado de calúnia, incitação ao crime de dano contra patrimônio público e homofobia.
PF executou mandado de prisão ontem
O ex-deputado bolsonarista se entregou à PF no domingo (23) por volta das 19h. Antes, havia afirmado que não iria deixar o local, em vídeos publicado nas redes sociais. "Eu não vou me entregar. Eu não vou me entregar porque acho um absurdo. Chega, me cansei de ser vítima de arbítrio, de abuso. Infelizmente, eu vou enfrentá-los", disse.
Em outro vídeo divulgado por lista de WhatsApp, o congressista mostra o para-brisa do veículo da PF estilhaçado. "Mostrar a vocês que o pau cantou. Eles atiraram em mim, eu atirei neles. Estou dentro de casa, mas eles estão me cercando. Vai piorar, vai piorar muito. Mas eu não me entrego", afirmou.
Apoiadores do presidente Jair Bolsonaro (PL) aguardavam a saída de Roberto Jefferson, com gritos e palavras de ordem contra Moraes.
Hoje, o magistrado afirmou que a determinação para que o ex-deputado fique proibido de receber visitas de "líderes religiosos, familiares e advogados" não se estende à defesa do político. No TSE (Tribunal Superior Eleitoral), Moraes havia determinado mais cedo a remoção em redes sociais de vídeo em que o ex-deputado aparece fazendo ataques contra a ministra Cármen Lúcia.
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