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Mourão diz ter 'quase certeza' de que Bolsonaro passará faixa a Lula

O primeiro salário de Mourão como senador, em 2023, será o dobro do que ganha atualmente o presidente Jair Bolsonaro - Reuters
O primeiro salário de Mourão como senador, em 2023, será o dobro do que ganha atualmente o presidente Jair Bolsonaro Imagem: Reuters

Do UOL, em São Paulo

01/11/2022 20h55Atualizada em 01/11/2022 21h08

O vice-presidente e senador eleito General Hamilton Mourão (Republicanos-RS) disse ter "quase certeza" de que o presidente Jair Bolsonaro (PL) irá à posse e passará a faixa presidencial para Luiz Inácio Lula da Silva (PT), vencedor da eleição no último domingo (30).

"Isso é uma situação hipotética. Vamos aguardar o momento. Ele pode determinar que eu faça, ele pode dar outra determinação. Vamos aguardar. Mas eu tenho quase certeza de que o presidente vai passar a faixa. O que ele falou hoje? Que cumprirá as tarefas dele como presidente e o que está previsto na Constituição. Não está previsto que ele entregue a faixa para o outro?", falou em conversa com jornalistas.

"Calma, gente, que dia é hoje? Faltam dois meses", disse. Em um ponto da conversa, o vice-presidente perguntou, rindo, se os jornalistas estão "sem notícia".

O senador eleito disse que assistiu ao discurso feito hoje por Bolsonaro, que ficou 44 horas sem se pronunciar publicamente após a derrota nas urnas. "É mais ou menos tudo que conversamos ontem", afirmou o vice sobre a fala do presidente.

Mourão também demonstrou não estar preocupado com os bloqueios de rodovias por caminhoneiros bolsonaristas, que ocupam as ruas como forma de manifestação contra a vitória de Lula na eleição. "Se por acaso alguns persistirem, outra medida será tomada".

Discurso de Bolsonaro e ida ao STF. Após 44 horas em silêncio voluntário, Bolsonaro falou por apenas 2 minutos e 3 segundos e chamou de "movimentos populares" os protestos de bolsonaristas que não aceitam o revés nas urnas. Para o presidente, os atos, em que os manifestantes defendem um golpe de Estado, são "fruto de indignação e sentimento de injustiça de como se deu o processo eleitoral".

Após o discurso, coube ao ministro da Casa Civil, Ciro Nogueira (PP), anunciar o início do processo de transição de governo. Os trabalhos serão coordenados pelo vice-presidente eleito, o ex-governador de São Paulo Geraldo Alckmin (PSB).

Depois de se pronunciar no Alvorada, Bolsonaro foi ao Supremo Tribunal Federal — dos 11 magistrados, 9 estavam presentes. Apenas Dias Toffoli e Ricardo Lewandowski se ausentaram, por estarem fora de Brasília.

Por meio de nota, o STF destacou a "importância do pronunciamento do presidente da República em garantir o direito de ir e vir em relação aos bloqueios" nas estradas.

A Corte também observou que o atual governo determinou início da transição, assim reconhecendo o "resultado final das eleições".

*Com informações do Estadão Conteúdo