Moraes cobra PRF sobre dados de efetivo deslocado para eleições e bloqueios
O ministro Alexandre de Moraes, do STF (Supremo Tribunal Federal), mandou a PRF (Polícia Rodoviária Federal) informar a evolução, por estado, do efetivo mobilizado entre os dias 28 de outubro até hoje (4).
O período engloba as ações da corporação durante o segundo turno das eleições, no domingo (30), e nos bloqueios de estradas do país, encerrados ontem (3), segundo a PRF.
O magistrado determina ainda que sejam informados os eventuais recrutamentos para o segundo turno das eleições, suas lotações de origem e para onde foram enviados em missão. O prazo é de 48 horas.
Como mostrou o UOL, a PRF cortou em mais de um terço o número de agentes que trabalharam no domingo (30) na última segunda-feira (31), após o segundo turno das eleições. Segundo os dados, o efetivo que fiscalizou ônibus no dia da votação foi de 3.664 agentes em todo o país.
No dia seguinte, quando mais de 200 trechos de rodovias já estavam bloqueados em reação ao resultado das urnas, o número de policiais em serviço operacional caiu para 2.310, uma queda de 36,95% em relação ao dia anterior.
Ontem, Moraes cobrou a PRF a apresentação de "todas as informações disponíveis sobre a identificação dos líderes, em especial a identificação dos proprietários dos veículos utilizados" nos bloqueios nas estradas.
Os dados deverão ser usados pelo ministro para avaliar os casos e decidir pela aplicação de multa judicial, que podem chegar a R$ 100 mil por hora.
Em relatório entregue ao STF, a PRF informou que já aplicou 3.500 multas administrativas por infrações de trânsito desde a segunda-feira (31). Além disso, a corporação já conduziu 37 prisões por crimes como desobediência, incitação ao crime e porte ilegal de arma.
Moraes afirmou ontem no TSE que os bloqueios conduzidos por bolsonaristas são antidemocráticos e seus responsáveis responderão como "criminosos" perante a lei.
"Não há como se contestar um resultado democraticamente divulgado com movimentos ilícitos, com movimentos antidemocráticos, com movimentos criminosos que serão combatidos e os responsáveis apurados e responsabilizados sob a pena da lei. A democracia venceu novamente no Brasil", disse Moraes.
Aqueles que criminosamente não estão aceitando e que estão criminosamente praticando atos antidemocráticos serão tratados como criminosos e as responsabilidades serão apuradas"
Alexandre de Moraes, presidente do TSE
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