Topo

Esse conteúdo é antigo

Transição terá 'pais' do Plano Real na economia e Tebet na área social

Do UOL, em Brasília

08/11/2022 16h22Atualizada em 09/11/2022 14h54

Oito nomes da equipe de transição de governo do presidente eleito, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), foram anunciados na tarde de hoje (8) pelo coordenador da equipe, o vice-presidente eleito Geraldo Alckmin (PSB).

O anúncio foi realizado no gabinete de transição, no CCBB (Centro Cultural Banco do Brasil), em Brasília.

Os nomes escolhidos são das áreas econômica, como os "pais" do Real André Lara Resende e Pérsio Arida, e de desenvolvimento social, com a senadora Simone Tebet (MDB) à frente.

Janja da Silva, esposa de Lula, foi nomeada coordenadora da organização da posse do presidente eleito. Também farão parte do grupo representantes de partidos no conselho de transição governamental, como o presidente do PSB, Carlos Siqueira.

Ao todo, foram estruturados 31 grupos técnicos que vão estudar e analisar cada área do governo federal.

Além de economia e desenvolvimento social, entre as áreas a serem analisadas pelos grupos estão cultura, agropecuária, direitos humanos, educação, infraestrutura e saúde, entre outros.

Na área econômica, estão confirmados os nomes dos economistas:

  • André Lara Resende;
  • Guilherme Mello;
  • Nelson Barbosa;
  • Pérsio Arida.

Na área de desenvolvimento social, Alckmin confirmou:

  • Simone Tebet, senadora do MDB;
  • Márcia Lopes, ex-ministra do Desenvolvimento Social e Combate à Fome no governo Dilma Rousseff;
  • Tereza Campello, economista;
  • André Quintão, deputado estadual pelo PT em Minas Gerais.

Opostos? O anúncio da equipe econômica da transição de Lula chama atenção pela reunião de pontos de vista diferentes na condução econômica. De visão liberal, os economistas como André Lara Resende e Pérsio Arida são próximos de Alckmin e ligados aos quadros antigos do PSDB. Já Guilherme Mello, ligado ao PT, foi assessor econômico da campanha de Lula, e Nelson Barbosa foi ministro da Fazenda no governo Dilma Rousseff (PT).

Complementares. Questionado, Alckmin afirmou que as visões de todos são "complementares". "Não são visões opostas, são complementares. É importante você ter no grupo técnico visões que se complementam, que se somam. Para você discutir e colaborar as propostas", disse o vice-presidente.

Conselho político. Além dos coordenadores da transição, foram oficializados hoje os membros do conselho de transição governamental, formado por representantes de partidos que formaram a coligação de Lula ou deverão fazer parte da base do governo.

Portarias. O vice-presidente eleito, durante a coletiva de imprensa, assinou três portarias:

  1. Instituindo o gabinete de transição governamental;
  2. Nomeando e estruturando as funções de cada integrante da equipe;
  3. Solicitando ao Tribunal de Contas da União cópias de relatórios de tomadas de contas, auditorias, inspeções, levantamentos e monitoramentos do governo federal.

Os nomes anunciados são apenas uma parte do grupo que irá compor a equipe de transição. Não há um número fechado de todos os participantes, de acordo com Alckmin. O senador eleito Flavio Dino (PSB) antecipou ao UOL News que integraria a área de Justiça e Segurança na equipe de transição.

Após o anúncio, o vice-presidente seguiu para o Congresso Nacional, onde se encontra com o presidente da Câmara, Artur Lira (PP), e o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD).

Transição não é ministério. Mais cedo, Alckmin já havia anunciado que a senadora Simone Tebet (MDB) ficaria encarregada da área de Desenvolvimento Social na equipe de transição. No entanto, a nomeação não significa que Tebet assumirá um ministério. "Não tem relação entre transição e ministério. São coisas diferentes", complementou.

Lira, Moraes e Weber. Alckmin disse que vai se encontrar com os presidentes da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), e do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG) hoje.

Amanhã, Lula deve se reunir com os dois chefes do Legislativo federal pela manhã e no início da tarde. O petista marcou encontros com o presidente do TSE (Tribunal Superior Eleitoral), Alexandre de Moraes, e com a presidente do STF (Supremo Tribunal Federal), Rosa Weber.

Transição. O CCBB (Centro Cultural Banco do Brasil), em Brasília, é o local onde a equipe de transição de governo de Lula tratará da transferência da gestão com o governo Jair Bolsonaro.

Os primeiros integrantes da equipe foram conhecer as instalações na última sexta-feira.

Estrutura. A equipe ficará alocada no segundo andar do prédio do CCBB. Tanto Alckmin quanto Lula terão gabinetes individuais para trabalhar.

Há outros 15 gabinetes para outras autoridades e quatro salas de reuniões, além de um ambiente de trabalho para o restante da equipe.

Quase cem computadores foram instalados. Ao todo, o ambiente cedido à equipe de transição tem cerca de 3 mil metros quadrados.