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Sem provas, deputado que já foi aliado acusa Bolsonaro de bater em Michelle

Deputado Julian Lemos na Câmara - Cleia Viana/Câmara dos Deputados
Deputado Julian Lemos na Câmara Imagem: Cleia Viana/Câmara dos Deputados

Do UOL, em São Paulo

08/11/2022 00h01Atualizada em 09/11/2022 14h28

O deputado federal Julian Lemos (União-PB), ex-aliado de Jair Bolsonaro (PL), acusou o presidente de bater na primeira-dama Michelle Bolsonaro, depois de ela ter passado por um procedimento estético para troca de silicone em janeiro de 2020.

As afirmações foram feitas durante entrevista ao podcast Arretado. Segundo o parlamentar, a relação entre o presidente e a primeira-dama seria de "fachada", porém ele não apresentou provas sobre os supostos fatos.

"É de fachada, fachada. Ela [Michelle] não aguenta nem vê-lo", disse Julian, na conversa.

"Ele [Bolsonaro] deu uns tapas nela, durante as primeiras férias dele, em que ele foi para uma ilha. Ela foi colocar um silicone, e ele deu uns tapas nela, dentro de casa. E agora deu outros empurrões nela de novo", completou.

Segundo Julian, Michelle não esteve com Bolsonaro no primeiro discurso após a derrota dele para o petista Luiz Inácio Lula da Silva, nas eleições deste ano, porque "ela está toda marcada". (Assista abaixo a partir do trecho 1h50min)

"E ela não estava com ele hoje no discurso", disse o entrevistador.

"Não estava porque ela estava toda marcada. Manda ela aparecer aí...", respondeu o parlamentar.

Na sequência, o apresentador que entrevistava Julian afirma que Michelle "não aparece".

"Não. Juju sabe tudo, pô. Entendeu?", afirmou o deputado, ao se referir a ele mesmo.

O UOL procurou a assessoria de imprensa da Presidência, por e-mail, e aguarda o retorno. A reportagem também tentou ligar para a comunicação do Planalto, mas não conseguiu contato. Mensagens foram enviadas pelo WhatsApp e a orientação recebida foi para enviar e-mail. O UOL também está tentando ouvir a primeira-dama.

Nessa cirurgia citada por Julian, além da substituição das próteses, Michelle também corrigiu um afastamento do músculo do abdômen, algo comum em mulheres que passaram por gestações.

O deputado foi considerado um "coordenador de campanha no Nordeste" pelo presidente Bolsonaro nas eleições de 2018.

Após um ano de mandato presidencial de Bolsonaro, Julian já demonstrava insatisfação com ações do presidente. Ele foi um dos entusiastas da candidatura do ex-juiz e ex-ministro Sergio Moro, a quem declarou apoio publicamente.

Deputado disse que Carlos Bolsonaro é 'sociopata'

Durante a entrevista ao podcast, o ex-aliado de Bolsonaro fez uma série de acusações contra o vereador do Rio Carlos Bolsonaro (Republicanos), filho do presidente.

"Quando Bolsonaro nomeou Bebianno, Carlos Bolsonaro, para mostrar que mandava, simplesmente tirou as senhas das redes sociais do pai e sumiu, desapareceu para um clube de tiro", diz Julian, citando Gustavo Bebianno, outro ex-aliado bolsonarista, que chegou a participar do governo. Bebianno morreu de infarto em março de 2020.

"Bolsonaro aguentou a parada ali um ou dois dias... Depois, 'ai, meu menino pode se matar'. Bolsonaro tinha medo disso, de ele se matar ou matar um bocado", acrescentou.

"Carlos é um sociopata, capaz de matar o pai, matar a mãe, digo com toda a segurança do mundo. Esquizofrênico, cruel. Não sei se ele sabe o que é uma oração, é mau com 'm' maiúsculo. Todos os problemas envolvendo o pai, ele estava no meio", seguiu o deputado.

A sociopatia é um transtorno que causa comportamento antissocial no indivíduo.

Em 2020, o parlamentar fez diversas denúncias na imprensa contra Eduardo Bolsonaro, também filho do presidente. Na ocasião, o congressista afirmou que o deputado usou recursos do fundo partidário para dar de entrada na compra de um apartamento.

No ano seguinte, Julian e Eduardo Bolsonaro voltaram a trocar farpas: ele foi acusado de ser "traidor" e "ladrão de auxílio", e respondeu às acusações dizendo ser vítima da "Gestapo de Eduardo Bolsonaro".