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Deputado que citou tapas de Bolsonaro já foi acusado de violência doméstica

Deputado federal Julian Lemos (União Brasil-PB) em entrevista ao podcast Arretado - Reprodução/YouTube
Deputado federal Julian Lemos (União Brasil-PB) em entrevista ao podcast Arretado Imagem: Reprodução/YouTube

Do UOL, em São Paulo

08/11/2022 11h24Atualizada em 08/11/2022 14h04

O deputado federal Julian Lemos (União Brasil-PB), que acusou sem provas o presidente Jair Bolsonaro (PL) de ter dado tapas na primeira-dama Michelle Bolsonaro, já foi acusado de violência doméstica duas vezes por sua ex-mulher, Ravena Coura, e uma pela irmã, Kamila Lemos, entre os anos de 2013 e 2016. As duas, porém, desistiram das denúncias e os casos foram arquivados pela Justiça.

Nos dois casos envolvendo a ex-mulher do parlamentar, ela desistiu das acusações após dizer que teria exagerado na descrição dos fatos narrados em um primeiro depoimento.

Segundo o jornal Folha de S.Paulo, a primeira queixa contra o deputado foi apresentada em 2013 por Ravena. À época, ela disse à polícia ter sido agredida fisicamente e ameaçada por uma arma de fogo. Lemos foi preso em flagrante na ocasião.

Em 2016, ela fez outra denúncia. Dessa vez, afirmou às autoridades que o então companheiro era "uma pessoa muito violenta" e a teria ameaçado, dizendo: "Vou acabar com você, você não passa de hoje".

Meses depois, no entanto, ela recuou das acusações e disse que tudo não passou de uma "desavença banal" e que Lemos "é um homem íntegro, honesto, trabalhador e cumpridor de todas as obrigações". Ela afirmou ter perdoado o ex-companheiro.

A terceira acusação contra o deputado foi da irmã Kamila Lemos, cuja denúncia resultou em uma investigação instaurada também em 2016. Ao prestar depoimento, Kamila disse que tentou "apaziguar" uma briga do irmão com a ex-mulher. Ela, então, teria sido ofendida e agredida fisicamente pelo parlamentar com "murros, empurrões" e teria sido arrastada pelo pescoço.

Um laudo do IML (Instituto Médico Legal) constatou as escoriações das agressões que Kamila citou. Nos meses seguintes, porém, ela manifestou nos autos que não tinha interesse em prosseguir com a ação contra o irmão.

Procurado pelo UOL para comentar o assunto, o deputado apenas respondeu, por mensagem: "não dou a mínima. façam o que acham que devem."

Casamento de Bolsonaro e Michelle seria de 'fachada'. Durante entrevista ao podcast Arretado, Lemos acusou Bolsonaro, sem provas, de ter batido em Michelle após ela ter passado por um procedimento estético para trocar silicone em janeiro de 2020. Segundo o parlamentar, a relação entre os dois seria de "fachada".

"[A relação de Bolsonaro e Michelle] é de fachada, fachada. Ela não aguenta nem ver ele", disse Julian, na conversa. "Ele [Bolsonaro] deu uns tapas nela, durante as primeiras férias dele, que ele foi pra uma ilha. Ela foi colocar um silicone e ele deu uns tapas nela, dentro de casa. E agora deu outros empurrões nela de novo", completou.

Segundo Julian, Michelle não esteve com Bolsonaro no primeiro discurso após a derrota dele para o petista Luiz Inácio Lula da Silva, nas eleições deste ano, porque "ela está toda marcada".

"E ela não estava com ele hoje no discurso", disse o entrevistador. "Não estava porque ela estava toda marcada. Manda ela aparecer aí...", respondeu o parlamentar. Na sequência, o apresentador que entrevistava Julian afirma que Michelle "não aparece". "Não. Juju sabe tudo, pô. Entendeu?", afirmou o deputado, ao se referir a ele mesmo.

Deputado disse que Carlos Bolsonaro é 'sociopata'

Nessa mesma entrevista, o ex-aliado de Bolsonaro também fez uma série de acusações contra o vereador do Rio Carlos Bolsonaro (Republicanos), filho do presidente.

"Quando Bolsonaro nomeou Bebianno, Carlos Bolsonaro, para mostrar que mandava, simplesmente tirou as senhas das redes sociais do pai e sumiu, desapareceu para um clube de tiro", disse Julian, citando Gustavo Bebianno, outro ex-aliado bolsonarista, que chegou a participar do governo. Bebianno morreu de infarto em março de 2020.

"Bolsonaro aguentou a parada ali um ou dois dias... Depois, 'ai, meu menino pode se matar'. Bolsonaro tinha medo disso, de ele se matar ou matar um bocado", acrescentou.

"Carlos é um sociopata, capaz de matar o pai, matar a mãe, digo com toda a segurança do mundo. Esquizofrênico, cruel. Não sei se ele sabe o que é uma oração, é mau com 'm' maiúsculo. Todos os problemas envolvendo o pai, ele estava no meio", seguiu o deputado.

A sociopatia é um transtorno que causa comportamento antissocial no indivíduo.