Câmara convoca diretor da PRF para explicar abordagens no dia da eleição
O diretor-geral da PRF (Polícia Rodoviária Federal), Silvinei Vasques, foi convocado para prestar esclarecimentos na Câmara dos Deputados sobre as abordagens a ônibus em Estados do Nordeste, região em que o presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT) teve maior votação, no segundo turno das eleições no país.
Na oitiva, marcada a pedido do deputado federal Ivan Valente (PSOL-SP), o dirigente será questionado sobre as medidas adotadas pela corporação contra os bloqueios ilegais feitos em rodovias federais por apoiadores do presidente Jair Bolsonaro (PL) após a divulgação do resultado do pleito.
O ministro da Justiça e Segurança Pública, Anderson Torres, também deve falar à comissão na próxima segunda-feira (14).
Os convites foram feitos depois de, na última sexta-feira (4), representantes da PRF terem afirmado, em reunião com procuradores do MPF (Ministério Público Federal), que a corporação tem trabalhado para identificar lideranças envolvidas nos atos com pautas antidemocráticas. "A reunião foi produtiva e conseguiu elucidar dúvidas dos integrantes do Grupo de Apoio Institucional do MPF no DF", afirmaram os procuradores.
Na quarta-feira (2), o órgão ministerial havia pedido a instauração de inquérito policial para investigar as condutas adotadas por Vasques desde 30 de outubro.
Um inquérito conduzido pela PF (Polícia Federal) deverá investigar se os bloqueios de veículos realizados pela PRF em várias estradas, principalmente na região Nordeste, no dia da votação, respeitaram a legislação e se não constituíram ofensa ao livre exercício do direito de voto pelos cidadãos abordados.
"Conforme amplamente divulgado na imprensa, as blitzs praticadas pela polícia não atenderam à ordem do TSE (Tribunal Superior Eleitoral) e teriam sido executadas sob orientação de ofício expedido pelo diretor-geral da PRF", afirmou o MPF em nota.
A investigação solicitada pelo MPF também verificará se houve omissão do diretor-geral da PRF em relação aos bloqueios criminosos de rodovias que estão ocorrendo em todo o país desde a divulgação do resultado das eleições. "O fato pode caracterizar prevaricação e participação, por omissão, nos crimes praticados pelos invasores das rodovias", disse o MPF.
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