Após denúncia, Secom diz que bandeiras do 7 de setembro eram para crianças
A Secom (Secretaria Especial de Comunicação Social) do governo Federal afirmou em nota que as bandeiras compradas para os atos em comemoração ao 7 de setembro eram para "distribuição, preferencial, às crianças". No início da tarde de hoje, o deputado federal André Janones (Avante-MG), que faz parte do grupo técnico de Comunicação Social na transição de governo, denunciou que o governo comprou 15 mil bandeiras para a data a um custo de R$ 4,7 milhões.
"Elas [bandeiras] representaram apenas um dos itens contratados para a celebração do dia do Bicentenário e destinaram-se à distribuição, preferencial, às crianças que compareceram ao desfile cívico, num claro objetivo de incentivar e cultivar, desde a mais tenra idade, os sentimentos de amor à Pátria", diz a nota.
A secretaria também alegou que o contrato citado por Janones inclui "todos os investimentos relacionados à estruturação da solenidade". Para a Secom, o deputado fez uma "leitura rasa" e uma "interpretação insipiente do contrato", já que o valor das bandeirinhas, segundo a pasta, "representa cerca de 3% do total indicado".
Nas redes sociais, Janones ainda acusou o governo federal de enganar sobre a empresa contratada para a confecção. De acordo com o deputado, a fornecedora indicada pelo ministério das Comunicações é diferente da que aparece no contrato.
Depois da divulgação da nota da Secom, Janones também publicou um print de um documento com a quantidade e descrição das bandeiras. O parlamentar chamou os membros do atual governo de "patriotas vagabundos" e disse que compraram "bandeirinhas pra carro com nosso dinheiro pra dar pro gado".
Os atos em comemoração aos 200 anos da Independência foram marcados por pedidos de intervenção militar e destituição dos ministros do STF (Supremo Tribunal Federal), com participação do presidente Jair Bolsonaro (PL) em Brasília e no Rio de Janeiro.
À época, opositores afirmaram que o presidente havia usado a estrutura militar dos atos de 7 de Setembro de forma inconstitucional e apontaram possível abuso de poder econômico praticado pelo chefe do Poder Executivo na suposta tentativa de apropriar-se da comemoração para sua campanha de reeleição ao Palácio do Planalto.
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