Topo

Tarcísio repete Bolsonaro e entrega área da mulher e social a evangélicos

Tarcísio de Freitas e o coordenador da equipe de transição, Guilherme Afif, chegam ao trabalho - Divulgação
Tarcísio de Freitas e o coordenador da equipe de transição, Guilherme Afif, chegam ao trabalho Imagem: Divulgação

Do UOL, em São Paulo

22/11/2022 13h15Atualizada em 22/11/2022 15h49

O governador eleito de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), divulgou hoje os 105 nomes que farão parte de sua equipe de transição. Os escolhidos estão divididos em oito grupos temáticos. Na área social e da mulher, destacam-se lideranças evangélicas como o vereador de São Paulo Gilberto Nascimento Jr (PSC), o deputado federal reeleito Cezinha da Madureira (PSD), que foi líder da bancada evangélica na Câmara, e a vereadora em São Paulo Sonaira Fernandes (Republicanos).

A criação de uma secretaria destinada a mulheres é promessa de campanha de Tarcísio e a fórmula escolhida pelo ex-ministro repete a opção do presidente Jair Bolsonaro (PL), seu aliado, de entregar a área social e da mulher a lideranças religiosas. No governo federal, a senadora eleita Damares Alves (Republicanos-DF) foi o principal expoente como ministra (Mulher, Família e Direitos Humanos).

Entre os demais nomes da equipe de transição, estão o ex-ministro Guilherme Afif Domingos (PSD), que coordenou o programa de governo de Tarcísio, o vice-governador eleito Felício Ramuth (PSD), a deputada estadual Valéria Bolsonaro (PL-SP), casada com um primo do presidente, e o deputado federal Capitão Derrite (PL-SP), nome ligado ao bolsonarismo e cotado para secretaria de Estado da Segurança Pública.

Os integrantes da transição — que eventualmente podem vir a comandar as 28 secretarias estaduais — foram divulgados numa coletiva de imprensa concedida por Afif no edifício Cidade 1, no centro de São Paulo, que abriga a equipe desde ontem. O governador eleito não participou.

Segundo Afif, a lista é basicamente composta por nomes que formularam o plano de governo. Conforme adiantou o UOL Notícias, os nomes de Samuel Kinoshita e Jorge Lima farão parte da transição. Assim como Afif, os dois eram assessores do ministro da Economia, Paulo Guedes.

hnm - Felipe Pereira - Felipe Pereira
Então candidatos, Bolsonaro e Tarcísio recebem benção durante culto em São Paulo
Imagem: Felipe Pereira

Evangélico desde a campanha. A proximidade entre Tarcísio e lideranças evangélicas ocorre desde a preparação de sua candidatura. Antes da campanha eleitoral começar, o ex-ministro subiu em palcos de Marcha para Jesus e chegou a participar de dois desses eventos religiosos no mesmo dia. Nessas ocasiões, o discurso era repleto de referências a Bíblia e passagens do antigo testamento eram citadas.

No segundo turno da disputa pelo governo de São Paulo, Tarcísio intensificou a presença em cultos e, em muitas celebrações, estava acompanhado de Bolsonaro. No final de semana que antecedeu a votação, ambos foram a dois cultos na cidade de São Paulo.

Influência bolsonarista. A promessa de campanha de Tarcísio é de um secretariado técnico. Nomes de bolsonaristas radicais, como os deputados federais eleitos Ricardo Salles (PL-SP) e Mario Frias (PL-SP), foram descartados.

Ontem, no entanto, primeiro dia de trabalho do grupo de transição, o deputado federal reeleito Eduardo Bolsonaro (PL-SP), filho do presidente, se reuniu por cerca de uma hora e meia com Tarcísio para dar sugestões sobre os nomes a compor o novo governo. Questionado se houve algum pedido ou orientação, Afif negou. "Em absoluto. Estamos tocando a vida. Logicamente diálogo, conversa, tem. São do mesmo grupo político", afirmou.

Nos bastidores, a reunião com o filho do presidente no contexto de priorizar nomes técnicos não foi vista como inapropriada ou uma forma de pressão sobre o governador eleito. A leitura é que, neste começo de transição, é normal a apresentação de nomes para preencher espaço no futuro governo. Trata-se do primeiro encontro entre Tarcísio e Eduardo Bolsonaro desde o fim da eleição.

Tarcísio viajou a Brasília no final de semana e aproveitou a passagem pela cidade para visitar o presidente no Palácio da Alvorada — onde Bolsonaro está recluso desde a derrota para Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Além desse encontro presencial, eles têm mantido contato por telefone.

Nomes vinculados a aliados. A lista da transição paulista também inclui nomes ligados ao presidente do PSD, Gilberto Kassab, como Miguel Bucalem e Marcelo Branco — os dois foram secretários de Kassab quando ele era prefeito de São Paulo.

Ainda sobrou espaço para ex-colaboradores de governos tucanos. Antonio Ferreira Pinto foi secretário de Segurança na gestão de Geraldo Alckmin, que hoje está no PSB, mas na época era do PSDB. Cid Torquato ocupou a Secretaria de Direitos da Pessoa com Deficiência na gestão João Doria (hoje, sem partido) na prefeitura.

Número de secretarias mantido. Segundo o coordenador da transição, a ideia é que seja mantido o mesmo número de secretarias, mas pode haver remanejamento de áreas. Questionado se os nomes dos futuros secretários podem ou não sair da lista, Afif respondeu que "sim ou não" —a decisão final caberá a Tarcísio.

O único nome confirmado até agora é de Renato Feder, que assumirá a Educação, e está na equipe que tratará do tema. Segundo a equipe do governo eleito, nomes de outros secretários deverão ser anunciados ainda nesta semana.

Veja a lista completa:

Coordenação geral
Guilherme Afif Domingos
Arthur Luis Pinho de Lima
Lais Vita
Priscilla Perdicaris
Nelson Hervey Costa


Agricultura e Abastecimento
Coronel Mello de Araújo
Edivaldo Del Grande
Frederico D'Avilla
Guilherme Piai
Guilherme Ribeiro
João Sampaio
Ricardo Amadeu Sassi

Desenvolvimento Social, Mulheres e Direitos PCD
Ana Maria Velloso
Cesinha da Madureira
Cid Torquato
Cristiane Freitas
Deise Duque-Estrada
Filipe Sabará
Gilberto Nascimento Júnior
Marcone Vinicius Moraes de Souza
Maria Rosa
Rita Passos
Rosana Valle
Simone Marquetto
Sonaira Fernandes

Educação, Cultura e Esportes
Aildo Rodrigues
André Simmonds
Filomena Siqueira
Gustavo Souza Garbosa
Jair Ribeiro
José Roberto Walker
Karen Cristina Garcia
Lana Romani
Marcelo Magalhães
Maurren Maggi
Patricia Borges
Paula Trabulsi
Paulo Zuben
Pedro Machado Mastrobuono
Renato Feder
Talmo Oliveira
Thiago Peixoto
Valeria Bolsonaro
Vinicius Mendonça Neiva

Gestão, Desenvolvimento Econômico, Ciência e Tecnologia e Finanças

Anderson Correia
Bruno D'Abadia
Felício Ramuth
Jorge Lima
Lucas Ferraz
Ricardo Britto
Rodrigo De Losso
Rui Gomes
Samuel Kinoshita
Vinicius Poit

Meio Ambiente, Habitação, Infraestrutura

Bruno Serapião
Claudio Bernardes
Lair Krahenbuhl
Marcelo Branco
Marcelo Coluccini
Marco Aurelio Costa
Marta Lisli Giannichi
Miguel Bucalen
Natália Resende Andrade Ávila
Paulo Ferreira
Rafael Benini
Ricardo Pereira Leite
Sérgio Henrique Codello Nascimento

Saúde

Chao Lung Wen
Edmundo Baracat
Edson Rogatti
Eleuses Paiva
Esper Kallas
Fabio Jatene
Franciso Assis Cury
Francisco Balestrin
Giovanni Guido Cerri
Gustavo Pereira Fraga
Helencar Ignacio
Helio Paiva
João Lauro Viana Camargo
José Eduardo Lutaif Dolci
José Luiz Gomes do Amaral
José Osmar Medina Pestana
Olímpio Bittar
Paulo Manoel Pego Fernandes
Sergio Okane
Tarcisio Eloy Pessoa Barros Filho

Segurança Pública e Administração Penitenciária


Antônio Ferreira Pinto
Artur José Dian
Cássio Araújo de Freitas
Guilherme Muraro Derrite
João Henrique Martins
Nelson Santini
Paulo Maculevicius
Raquel Kobashi Gallinati Lombardi
Rodrigo Garcia Vilardi

Turismo


Alain Baldacci
Alessandro Abrão
Alessandro Guiche
Ana Biselli
Armando Arruda Pereira de Campos Mello
Fernando Guinatto
Roberto Lucena
Sergio Souza
Virgilio Nelson da Silva Carvalho