Barroso diz que não se arrepende de 'perdeu, mané', mas lamenta o ocorrido
O ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Luís Roberto Barroso declarou que não se arrepende de ter dito "perdeu, mané, não amola" para um bolsonarista, mas lamenta o ocorrido. A nova declaração foi concedida ao jornalista Roberto d'Ávila, da GloboNews, e será transmitida na íntegra às 23h30 desta terça-feira (29).
No último dia 15, o magistrado foi novamente abordado por um bolsonarista enquanto caminhava em Nova York, nos Estados Unidos, e rebateu o apoiador de Bolsonaro, que perdeu a disputa para Luiz Inácio Lula da Silva (PT) no dia 30 de outubro. "Perdeu, mané. Não amola", disparou Barroso. A frase virou até meme entre os internautas e uma música do compositor Juliano Maderada, do hit "Tá na hora do Jair já ir embora".
"Eu sou uma pessoa meio zen assim. Eu sou altamente espiritualizado, medito todos os dias, algumas vezes por dia. O problema é que nas raras vezes em que eu perco a cabeça, sai em rede nacional. Foi um momento raro, eu diria, na minha vida, de uma certa exasperação e eu falei a linguagem das pessoas que estavam lá. Perdeu, mané. Não amola", diz o ministro em um trecho divulgado antes de o programa ir ao ar.
Eu lamento, para falar a verdade, que tenha acontecido. Eu me arrependo, não, mas lamento que tenha acontecido. Luís Roberto Barroso, ministro do STF
Confira o vídeo:
Os episódios
Barroso sofreu duas intimidações durante a viagem aos EUA, onde participou, ao lado de outros ministros do STF, de um evento do grupo empresarial Lide. Da vez anterior, Barroso pediu que a mulher que o abordou não fosse "grosseira".
No vídeo do dia 15 de novembro, o homem questiona Barroso durante a entrada no local do evento: "O senhor vai responder às Forças Armadas? Vai deixar o código fonte ser exposto? Brasil precisa dessa resposta ministro, com todo respeito". Ao que o ministro responde: "Perdeu, mané, não amola".
É possível ver, na imagem, o ministro Alexandre de Moraes, presidente do TSE (Tribunal Superior Eleitoral), caminhando ao lado de Barroso, que comandou a Justiça Eleitoral até fevereiro deste ano.
Os ministros foram alvos constantes do atual presidente, que fazia ataques às urnas eletrônicas sem apresentar provas. Bolsonaro perdeu o segundo turno da eleição presidencial para Lula, que assume o governo federal em 1º de janeiro de 2023.
Na ocasião, Barroso se manifestou no Twitter após o segundo episódio. "A República ideal é feita com integridade, patriotismo, liberdades públicas, igualdade de oportunidades, respeito, pluralismo e uma agenda de interesse público capaz de aglutinar as pessoas, e não dividi-las. Precisamos acertar", escreveu.
No começo do mês, a Polícia Militar também teve de ser acionada para ajudar Barroso a se afastar de um grupo de apoiadores de Bolsonaro, em Porto Belo (SC).
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