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Tales: Com ou sem artimanha, militares terão que prestar continência a Lula

Colaboração para o UOL, em São Paulo

30/11/2022 15h31Atualizada em 30/11/2022 17h40

Na avaliação do colunista do UOL Tales Faria, comandantes das Forças Armadas, mesmo a contragosto, terão que prestar continência para o presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Reportagem da colunista Thaís Oyama mostra que há um plano dos comandantes de transmitirem seus cargos a seus sucessores antes da posse de Lula para evitarem se submeter ao presidente eleito. Tales, entretanto, afirma que a continência terá que ser batida.

"Eles [militares] vão ter que se submeter. Podem fazer a artimanha que quiserem, mas vão ter que se submeter porque esse é o estado democrático de direito. Eles vão ter que prestar continência para o presidente e marchar na direção que o presidente mandar porque senão não são militares, são outra coisa", disse durante participação no UOL News.

Tales também afirmou que José Múcio Monteiro Filho, ex-ministro do TCU (Tribunal de Contas da União), deverá assumir como ministro da Defesa no governo Lula e que os militares, inclusive, sinalizaram de forma positiva ao nome do cotado. Durante participação no programa, o colunista do UOL também reafirmou como "loucura" a artimanha especulada para que não batam continência ao futuro presidente.

"Os militares vão ter que prestar continência para quem o presidente da República quiser e até para o próprio presidente. Não tenho dúvidas que no primeiro ato público que tiver entre comandantes militares e o presidente da República eles estarão prestando continência porque essa é a função constitucional das Forças Armadas. Se negarem a fazer isso seria uma loucura".

Tales: Lira não será oposição e não será também 'cordeirinho' como foi com Bolsonaro

"O Arthur Lira não será oposição e não será também o 'cordeirinho' que foi do governo Bolsonaro. Será um aliado ocasional [de Lula] em algumas situações e em outras será mais neutro", analisou Tales sobre a relação de Lula com Arthur Lira (PP), provável presidente da Câmara por mais dois anos.

Tales também classificou Lula como pragmático ao optar por não lançar um nome do PT para a presidência da Câmara e acabar apoiando a reeleição de Lira.

"Ele [Lula] pensa que Arthur Lira vai ficar mais dois anos [na presidência da Câmara], então tem que ter uma boa relação nesses dois anos para conseguir governabilidade e aprovar os projetos".

Aliado de Lula: 'Adequação do orçamento é para não travar o Brasil em 2023'

O senador eleito Wellington Dias (PT-PI) afirmou hoje durante entrevista concedida ao UOL News que uma adequação no orçamento do governo é necessária para que o Brasil não fique travado em 2023, quando Luiz Inácio Lula da Silva assumirá a presidência. Dias disse que a PEC da Transição e um diálogo com o atual Congresso são necessários para que o governo "feche as contas".

"O presidente Lula coloca no diálogo com o Congresso Nacional um desafio de que tenhamos uma adequação no orçamento para não paralisar e não travar o Brasil no ano de 2023. Há necessidade de prosseguir com um programa na área social, cuidar de quem passa fome, e ali propor que possamos ter a PEC do Bolsa Família excepcionalizando o teto de gastos e o pagamento dos R$ 600 que dá R$ 157 bilhões e mais as crianças [que totalizam mais R$ 18 bilhões], disse Dias.

Ainda durante o programa ele também reconheceu que algumas alterações ainda podem ser feitas na PEC da Transição apresentada ao Senado pela equipe formada por Lula. "É possível que tenha alteração na PEC que apresentamos, agora é com o Congresso Nacional".

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