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Em sinal de aproximação com União Brasil, Alckmin recebe ex-bolsonaristas

O vice-presidente eleito e coordenador da transição de governo, Geraldo Alckmin (PSB) - WILTON JUNIOR/ESTADÃO CONTEÚDO
O vice-presidente eleito e coordenador da transição de governo, Geraldo Alckmin (PSB) Imagem: WILTON JUNIOR/ESTADÃO CONTEÚDO

Do UOL, em Brasília

07/12/2022 14h45Atualizada em 07/12/2022 18h34

Em um trabalho para ampliar a base do governo petista no Congresso, o vice-presidente eleito, Geraldo Alckmin (PSB), recebeu deputados do União Brasil, ex-expoentes do bolsonarismo, na tarde desta quarta-feira (7).

O encontro ocorreu no CCBB (Centro Cultural Banco do Brasil), que sedia o quartel-general da transição, em Brasília.

Quem esteve com Alckmin nesta quarta (7):

  • Deputado Junior Bozzella (SP), vice-presidente do União Brasil;
  • Deputado Heitor Freire (União-CE);
  • Deputado Abou Anni (União-SP);
  • Deputado Julian Lemos (União-PB).

Por que essa visita é importante?

  • Parlamentares não fazem parte da aliança de partidos com o PT;
  • São nomes que apoiaram os primeiros anos do governo de Jair Bolsonaro (PL);
  • Todos eles fazem parte do União Brasil, partido que elegeu 59 deputados para a próxima legislatura e ainda não definiu qual deve ser sua posição em relação ao governo atual;
  • O Congresso vota nesta semana a PEC da Transição.

A ex-candidata à presidência da República e senadora Soraya Thronicke (União-MS) fez uma participação por videochamada.

Ela está no Senado, participando da votação da PEC (Proposta de Emenda à Constituição) da Transição, prioridade para o governo eleito — e deve votar favoravelmente.

PEC da Transição. Segundo os parlamentares que estiveram no centro da transição, a conversa foi um gesto de aproximação. Entre os temas tratados, estava a proposta em votação no Congresso e questões orçamentárias.

"Bozzella reuniu um grupo de amigos e trouxe para conversar com o vice-presidente", disse Freire.

"Foi uma conversa republicana no sentido de entender o cenário e o contexto. Os deputados têm predisposição de contribuir com o país", disse Bozzella.

Sobre a PEC, os deputados evitaram se posicionar. Segundo eles, o partido ainda não definiu qual será sua orientação. O União Brasil também ainda não definiu qual será seu posicionamento diante do governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) a partir do próximo ano no Congresso.

Segundo fontes, no entanto, há conversas entre o presidente da sigla Luciano Bivar (União-PE) e a presidente do PT, Gleisi Hoffmann (PR), sobre a possibilidade do União fazer parte da base petista, o que fortaleceria a governabilidade de Lula.

Quem é o partido. Resultado da fusão entre os antigos DEM e PSL (partido pelo qual Bolsonaro se elegeu em 2018), o União Brasil cresceu para 59 deputados, oito a mais em relação à sua bancada atual na Câmara.

O partido acabou ficando com a fatia de deputados do PSL que romperam com o governo de Bolsonaro. A maioria que se manteve fiel ao atual governo acabou migrando para o PL.

A sigla teve divergências internas durante a campanha, com a reunião de quadros de ideologias distintas, colecionou brigas e conflitos sobre o repasse de verba entre seus candidatos.

O União foi o dono da maior fatia do fundo eleitoral neste ano —verba pública para financiar as campanhas eleitorais— com R$ 782 milhões.

Ex-aliado de Jair Bolsonaro, Julian Lemos foi um dos participantes. Ele compôs a equipe de transição de Bolsonaro em 2018 e disse que o QG petista está "muito mais organizado".