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Mourão sugere que Bolsonaro passe faixa e cochiche 'tô de olho' a Lula

Vice-presidente Hamilton Mourão, senador eleito pelo Rio Grande do Sul - Romério Cunha/VPR
Vice-presidente Hamilton Mourão, senador eleito pelo Rio Grande do Sul Imagem: Romério Cunha/VPR

Do UOL, em São Paulo

07/12/2022 19h09

O vice-presidente e senador eleito pelo Rio Grande do Sul, general Hamilton Mourão (Republicanos), declarou à CNN Brasil que o presidente Jair Bolsonaro (PL) deveria passar a faixa presidencial ao presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e sussurrar no ouvido dele que estaria de olho. Ele também parafraseou o ex-premiê britânico Winston Churchill, dizendo ser necessário "altivez".

"Sou um fã do Winston Churchill, ele disse que na vitória nós temos que ser magnânimos e na derrota temos que ser altivos e desafiadores. Então, o presidente em um gesto altivo e desafiador entregue a faixa ao novo presidente, ao Lula e diga no ouvidinho dele: 'fica atento que eu vou tá olhando tudo aquilo que você tá fazendo' ", afirmou.

Ele mais uma vez negou a possibilidade de passar a faixa a Lula, porque o rito seria para o presidente em exercício entregar a Presidência ao presidente eleito.

Mourão disse entender a frustração das pessoas que manifestam em frente aos quartéis, mas apontou que "o erro" começou quando a Suprema Corte anulou os processos de Lula no âmbito da Operação Lava Jato e devolveu os direitos políticos ao petista, o senador ponderou que ao aceitar participar da eleição estavam sujeitos a ganhar ou perder e que com a derrota cumprirão um papel de "oposição responsável".

Questionado sobre a eventual transferência do GSI (Gabinete de Segurança Institucional) para a Polícia Federal, o vice-presidente opinou ser um "Tiro no pé de Calibre 12", porque para o general são as Forças Armadas as mais preparadas para cuidar da segurança do presidente.

Crise no Peru

Sobre o processo de impeachment e tentativa de dissolução do Congresso vivido pelo país vizinho, Hamilton Mourão desconversou, mas fez a sua análise breve sobre o momento.

"Difícil comentar sem ultrapassar os limites da prudência algo que acontece em outro país", disse. O vice-presidente, que estava na posse de Pedro Castillo, opinou que sentiu que "ele teria certa dificuldade em governar, por ser uma pessoa humilde e com dificuldades para compreender a dimensão do que é ser presidente".

No entanto, Mourão lembrou que apesar do Peru viver uma instabilidade política, o país segue com estabilidade econômica, o que é importante para o Brasil, para facilitar a "melhor relação com nossos vizinhos".