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Indígena preso pede a bolsonaristas que não entrem em confronto com PM

Do UOL, em Brasília

12/12/2022 23h59Atualizada em 13/12/2022 00h59

Após sucessivos atos de vandalismo e violência cometidos por bolsonaristas em Brasília no final da noite desta segunda-feira (12), José Acácio Serere Xavante, de 42 anos, conhecido como Cacique Serere, pediu ao grupo que deixe de confrontar as forças de segurança.

Os ataques de bolsonaristas começaram após a prisão de Serere, ordenada pelo ministro Alexandre de Moraes, do STF (Supremo Tribunal Federal), por suspeita de ameaça de agressão e de perseguição contra o presidente eleito, Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

Grupos de apoiadores do presidente Jair Bolsonaro (PL) queimaram carros e ônibus e tentaram invadir a sede da Polícia Federal, no centro de Brasília.

"Quero pedir que os senhores não venham fazer conflito, briga ou confronto com a autoridade policial", diz o pastor indígena, em vídeo obtido pelo UOL após sua detenção. "Não pode continuar o que aconteceu infelizmente, essa destruição dos carro (sic), ataque à sede da PF", acrescentou.

Serere diz que sua mensagem é uma "ordem", e fala que "povo de bem não compactua com o derramamento de sangue".

Os atos contra a prisão do cacique foram convocados nas redes bolsonaristas. No entorno da sede da PF, uma movimentada área com shoppings, hotéis e empresas —inclusive de comunicação—, ônibus e carros foram incendiados e tiveram seus vidros quebrados.

A reportagem do UOL testemunhou alguns bolsonaristas transmitindo ao vivo o confronto. Eles reclamavam de uma suposta truculência das forças de segurança.

Nascido em Mato Grosso, o apoiador do presidente Jair Bolsonaro (PL) é sócio do Instituto de Promoção Educacional e Social do Araguaia e da Associação Indígena Bruno Omore Dumhiwe, além de fundador da Missão Tsihorira & Pahoriware - Mitsipe.