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Bolsonaro fica em silêncio em evento com militares; narrador lê mensagem

Do UOL, em São Paulo e Brasília

13/12/2022 11h01Atualizada em 13/12/2022 13h13

O presidente Jair Bolsonaro (PL) participou hoje de mais um evento militar, ficou em silêncio, mas teve mensagem lida por um narrador. Ele sentou ao lado do vice-presidente Hamilton Mourão na cerimônia em homenagem ao Dia do Marinheiro em Brasília.

O presidente apareceu sorridente na cerimônia de hoje após chorar na frente das câmeras durante solenidade de 5 de dezembro, em Brasília.

Na mensagem lida pelo narrador em nome do presidente Bolsonaro, ele diz se sentir "um legítimo herdeiro da coragem, bravura e resiliência de Tamandaré [patrono da Marinha no Brasil]" e cita que o militar atuou "em defesa dos interesses nacionais e liberdade do povo".

O único a discursar no evento de hoje foi o comandante da Marinha, Almir Garnier Santos. Ele falou sobre o forte sentimento de nacionalismo dos brasileiros: "Lutam incansavelmente pelo ideal de um Brasil cada vez melhor, verdadeiramente livre e completamente soberano".

O evento foi fechado para a "imprensa comercial", conforme explicou um militar na portaria do local da cerimônia. Não havia apoiadores do presidente no lado de fora do local.

Presidente não menciona ato bolsonarista em Brasília. Bolsonaro ainda não se manifestou sobre a ação de um grupo que queimou carros, ônibus e tentou invadir a sede da Polícia Federal, em Brasília, após a prisão de um indígena bolsonarista.

Além de Hamilton Mourão, também participou do evento militar o ministro do GSI (Gabinete de Segurança Institucional), Augusto Heleno.

Desde o dia 26 de novembro, Bolsonaro participou de seis cerimônias militares e não se manifestou publicamente em nenhuma das ocasiões. Ele esteve na formatura da Aman (Academia Militar das Agulhas Negras) em Resende (RJ), em duas promoções de oficiais em Brasília e numa formatura de cadetes da Aeronáutica em Pirassununga.

No último dia 5, Bolsonaro chorou na cerimônia das Forças Armadas em Brasília e no sábado (10) foi ao Rio de Janeiro para participar de uma formatura de militares da Escola Naval.

Bolsonaro quebra silêncio após derrota e insufla apoiadores. Na semana passada, o presidente falou pela primeira vez com apoiadores desde o fim das eleições em frente ao Palácio do Alvorada. No discurso, ele afirmou que os bolsonaristas serão responsáveis por decidir seu futuro e repetiu que é "o chefe supremo das Forças Armadas".

A fala demonstra uma manutenção do tom que o presidente usava antes das eleições, insuflando os seus apoiadores que estão acampando em frente a quarteis do Exercito em vários estados do Brasil.

No domingo (11) ele voltou a aparecer em frente ao Alvorado para a tradicional cerimônia de arriamento da bandeira nacional. Bolsonaro permaneceu alguns minutos parado e em silêncio diante da multidão que se formou no local, acompanhou uma oração, mas deixou o local após desejar um "boa noite".

Ontem, após a diplomação de Lula e Alckmin, presidente e vice eleitos, Bolsonaro voltou a aparecer em frente ao Palácio da Alvorada, diante de muitos apoiadores.

A última vez em que o presidente Bolsonaro falou diante da imprensa foi em 1º de novembro, no Palácio da Alvorada. Neste período, ele reduziu a frequência de publicações nas redes sociais, e deixou até de fazer lives semanais, hábito que manteve durante todo o mandato. Bolsonaro chegou a passar 20 dias sem aparecer no Palácio do Planalto, seu local de trabalho.