Após atos de vandalismo, Lula abandona tom pacificador e ataca Bolsonaro
O presidente eleito, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), abandonou hoje o tom de pacificação que havia adotado desde sua vitória nas urnas e investiu contra o presidente Jair Bolsonaro (PL), após atos de vandalismo de bolsonaristas registrados ontem (12) em Brasília.
O petista, em evento de encerramento dos seus grupos de trabalho, afirmou que o oponente ainda "não aceitou a derrota nas urnas" e é "sem coração" por sua postura durante a pandemia da covid-19.
O que aconteceu no evento
- Lula anunciou o ex-ministro Aloizio Mercadante como novo presidente do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) e provocou o mercado;
- Anunciado como ministro da Justiça, Flávio Dino (PSB) ironizou Bolsonaro e falou que a música "Tá na Hora do Jair Já Ir Embora" vai ser "hit do Carnaval";
- Lula subiu o tom sobre Bolsonaro;
O que Lula disse
"Esse cidadão [Bolsonaro] até agora não reconheceu sua derrota, continua incentivando os ativistas fascistas que estão na rua. Ontem recebeu esse pessoal no Palácio da Alvorada, não sei qual foi o estrago feito no Palácio, ele tem que saber que é um patrimônio público, é do povo brasileiro, temos que tratar com carinho."
Lula
Apesar de um discurso forte na diplomação, ele estava procurando amenizar as falas contra o atual presidente. Agora eleito, o petista tem assumido um tom mais estadista —"condizente com o cargo", dizem petistas.
"É um governo que se trancou dentro de uma redoma, não de vidro, mas de uma caixa de fósforo. Governou sem o Congresso, sem a sociedade organizada e fez o que queria porque quem governava era o ministro da Economia, Paulo Guedes, porque fez questão de dizer que não sabia de nada e quem sabia era o Posto Ipiranga. Ele está mostrando o que é agora", completou.
Economia
"Queria dizer ao glorioso mercado: Ao tentar julgar o que estamos fazendo, diga se alguma vez no mercado ganharam tanto dinheiro quanto de 2003 a 2008."
Ressentimento
"Não gosto de ficar lembrando o que eu passei. Nunca aceite ser chamado de ladrão, de pagar preço de crime que não cometeu [...] Estamos de cabeça erguida, tenho certeza que meus acusadores não andam com a cabeça erguida como eu ando. Digo isso porque não quero vingança, depois do prêmio que o povo me deu eu não tenho direito de sentar na cadeira com ressentimento, só não me peçam para esquecer."
Sem coração
"Bolsonaro é figura irracional, sem coração, sem sentimento, sem capacidade de expressar um gesto de racionalidade, que não chorou uma lágrima pelas quase 700 mil pessoas que morreram de covid e carrega o peso de pelo menos metade porque negou e desrespeitou a orientação da ciência e da Organização Mundial da Saúde. Um cidadão que nunca fez uma reunião com sindicalistas, com movimentos sociais, com os de mulheres, dos negros, os indígenas."
Educação
"A palavra é 'cuidar', não 'governar'. Se em 2003 [eu] tinha um único compromisso: ao final as pessoas estivessem comendo três refeições ao dia eu teria feito a obra da minha vida, agora tenho outro compromisso, no dia da minha posse quero assumir compromisso com a educação básica no país. Escola de tempo integral e qualidade, faremos todo o possível, teremos menos violência e vítimas da rua, as crianças estarão protegidas dentro da escola aprendendo alguma coisa."
Saúde
"Não é possível que depois da pandemia a gente não compreenda o papel sagrado, importante, que tem o SUS (Sistema Único de Saúde) nesse país [...] Não digam que é contradição, eu faço exame e desconto do imposto de renda, portanto quem paga o tratamento que temos é o pobre que não tem direito, especialista ou plano de saúde. Precisamos pensar em uma reforma tributária."
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