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Lavajatista, PM do Carandiru: quais são as primeiras baixas do governo Lula

Presidente eleito, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), teve baixas em seu governo antes mesmo de assumir o terceiro mandato - Reprodução
Presidente eleito, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), teve baixas em seu governo antes mesmo de assumir o terceiro mandato Imagem: Reprodução

Do UOL, no Rio

23/12/2022 18h15

Lula ainda não assumiu a Presidência, mas já houve duas baixas em nomeações, ambas ligadas ao Ministério da Justiça e Segurança Pública, que será comandado por Flávio Dino.

O primeiro foi Edmar Camata, que seria o novo diretor-geral da PRF (Polícia Rodoviária Federal). Hoje, foi a vez do coronel da PM de São Paulo Nivaldo César Restivo, indicado para a Secretaria Nacional de Políticas Penais.

Quais foram os motivos das baixas?

Camata perdeu força após ser revelado que já foi entusiasta da Operação Lava Jato, da atuação do ex-juiz Sergio Moro (União Brasil-PR) à frente do Ministério da Justiça, e da prisão de Lula.

Dino disse que a substituição se deu por "polêmicas nas últimas horas" em torno do nome de Camata, causando o "entendimento" de "que seria mais adequado proceder a substituição".

Quem irá assumir o cargo será Antônio Fernando Oliveira. Ele é policial rodoviário federal desde 1994 tendo atuado na PRF da Bahia e do Maranhão, onde Dino foi governador. É advogado, pós-graduado em Direito Tributário e mestrando em Ciências Jurídicas pela Universidade Autónoma de Lisboa.

Camata, por sua vez, seguirá como secretário de Controle e Transparência do Espírito Santo, estado governado por Renato Casagrande (PSB).

Restivo emitiu uma nota hoje comunicando sua desistência do cargo. Ele alegou "questões familiares de natureza pessoal".

camata - Divulgação/Governo do Espírito Santo - Divulgação/Governo do Espírito Santo
Edmar Camata seria diretor da PRF
Imagem: Divulgação/Governo do Espírito Santo

Carandiru teria motivado rejeição. O PM teve participação indireta no Massacre do Carandiru, em 1992.

  • Não foi formalmente acusado de nenhum assassinato no evento que deixou 111 presos mortos
  • Mas respondeu por não ter impedido atos de violência contra detentos sobreviventes
  • O processo em Restivo foi citado prescreveu antes de ser julgado

"Foi a coisa certa a ser feita. É preciso que a composição do novo governo esteja de acordo com o que defende o futuro presidente", afirmou ao UOL um congressista próximo a Lula.

Ao UOL, a equipe do futuro ministro da Justiça, Flávio Dino (PSB), afirmou que o nome de um novo indicado não deve ser divulgado até início da próxima semana por causa do feriado de Natal.

Reservadamente, integrantes da equipe de transição comemoraram a desistência.

restivo - Charles Sholl/Raw Image/Estadão Conteúdo - Charles Sholl/Raw Image/Estadão Conteúdo
Restivo havia sido indicado para secretaria no Ministério da Justiça
Imagem: Charles Sholl/Raw Image/Estadão Conteúdo