Lavajatista, PM do Carandiru: quais são as primeiras baixas do governo Lula
Lula ainda não assumiu a Presidência, mas já houve duas baixas em nomeações, ambas ligadas ao Ministério da Justiça e Segurança Pública, que será comandado por Flávio Dino.
O primeiro foi Edmar Camata, que seria o novo diretor-geral da PRF (Polícia Rodoviária Federal). Hoje, foi a vez do coronel da PM de São Paulo Nivaldo César Restivo, indicado para a Secretaria Nacional de Políticas Penais.
Quais foram os motivos das baixas?
Camata perdeu força após ser revelado que já foi entusiasta da Operação Lava Jato, da atuação do ex-juiz Sergio Moro (União Brasil-PR) à frente do Ministério da Justiça, e da prisão de Lula.
Dino disse que a substituição se deu por "polêmicas nas últimas horas" em torno do nome de Camata, causando o "entendimento" de "que seria mais adequado proceder a substituição".
Quem irá assumir o cargo será Antônio Fernando Oliveira. Ele é policial rodoviário federal desde 1994 tendo atuado na PRF da Bahia e do Maranhão, onde Dino foi governador. É advogado, pós-graduado em Direito Tributário e mestrando em Ciências Jurídicas pela Universidade Autónoma de Lisboa.
Camata, por sua vez, seguirá como secretário de Controle e Transparência do Espírito Santo, estado governado por Renato Casagrande (PSB).
Restivo emitiu uma nota hoje comunicando sua desistência do cargo. Ele alegou "questões familiares de natureza pessoal".
Carandiru teria motivado rejeição. O PM teve participação indireta no Massacre do Carandiru, em 1992.
- Não foi formalmente acusado de nenhum assassinato no evento que deixou 111 presos mortos
- Mas respondeu por não ter impedido atos de violência contra detentos sobreviventes
- O processo em Restivo foi citado prescreveu antes de ser julgado
"Foi a coisa certa a ser feita. É preciso que a composição do novo governo esteja de acordo com o que defende o futuro presidente", afirmou ao UOL um congressista próximo a Lula.
Ao UOL, a equipe do futuro ministro da Justiça, Flávio Dino (PSB), afirmou que o nome de um novo indicado não deve ser divulgado até início da próxima semana por causa do feriado de Natal.
Reservadamente, integrantes da equipe de transição comemoraram a desistência.
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