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OPINIÃO

Sakamoto: Múcio passa pano para golpistas em primeiros atos no governo

Colaboração para o UOL, em São Paulo

03/01/2023 14h04

O novo ministro da Defesa, José Múcio Monteiro, "passou pano" para golpistas e criminosos em um de seus primeiros atos de governo na avaliação do colunista do UOL Leonardo Sakamoto.

Múcio falou com jornalistas após a cerimônia de posse realizada no Ministério da Defesa nesta segunda-feira e classificou atos golpistas de apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) como "manifestações democráticas".

No discurso de posse, o ministro:

  • pregou a necessidade de diálogo, afirmando que assume o posto com "espírito conciliador";
  • frisou que as Forças Armadas são uma instituição de Estado.

Ministro Múcio passou pano para golpista e passou pano para criminoso. Como um de seus primeiros atos de governo passa pano para criminosos." Leonardo Sakamoto

Acampamentos grávidos de terroristas. Durante participação no UOL News, Sakamoto destacou que as manifestações não pedem algo dentro da Constituição ou reclamam do governo do presidente Lula (PT). Essas manifestações, na verdade, pedem golpe de Estado e manifestantes, inclusive, colocaram fogo em veículos e até uma bomba próxima ao aeroporto de Brasília. "Começou muito mal o ministro", completou Sakamoto.

Joel: Múcio usa inverdades ao optar por 'saída diplomática' ao falar de atos golpistas

O comentarista do UOL News Joel Pinheiro concordou com Sakamoto e afirmou que Múcio tentou uma saída diplomática para tentar esvaziar os protestos sem o uso da violência. Joel destacou que, em caso de intervenção policial ou do Exército, a rejeição ao governo de Lula iria crescer.

"Ele está optando por uma saída diplomática, mas ao optar por essa saída ele falou inverdades. Um protesto pedindo golpe de Estado, ainda mais na frente de um quartel, não pode ser considerado uma parte normal da democracia".

Ataques a Marina e Barroso lembram que Bolsonaro fugiu, mas deixou milícias, diz Sakamoto

Após o ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Luís Roberto Barroso ser xingado de "ladrão" no aeroporto de Miami e a ministra do Meio Ambiente Marina Silva ter sido hostilizada em um restaurante em Brasília, o colunista do UOL Leonardo Sakamoto afirmou que ex-presidente Bolsonaro deixou milícias no Brasil e também um legado de "fascismo à brasileira".

Sakamoto ainda afirmou que apesar de Bolsonaro não ter criado o fascismo no Brasil, o ex-presidente ajudou a organizar o movimento e também a como usar ferramentas de intimidação para silenciar seus opositores.

"É deplorável e isso tem nome, é fascismo brasileiro. O ataque ao Barroso e também a Marina lembram para todo mundo que Bolsonaro fugiu, mas deixou milícias no seu lugar e esse legado desse fascismo não termina com a mudança de governo, mas vai demandar muita energia para poder resolver", disse.

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