Aceno a militares: por que ministro da Defesa mal chegou e já foi criticado
O novo ministro da Defesa, José Múcio Monteiro, adotou um discurso moderado em um de seus primeiros atos de governo e classificou atos golpistas de apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) como "manifestações democráticas".
Múcio é bem aceito entre as alas militares e é um aceno pacificador de Lula:
- ex-deputado federal e ex-ministro do TCU (Tribunal de Contas da União);
- fez parte de partidos do espectro político de direita, como a Arena, legenda que sustentou a ditadura, e passou por PDS, PFL e PSDB;
- não tem experiência militar, mas seu nome é bem aceito entre militares;
- já foi ministro-chefe das Relações Institucionais no segundo mandato de Lula e se aproximou do presidente Jair Bolsonaro (PL), que disse ser apaixonado pelo ministro.
Sua posse marca o retorno de um civil no comando do Ministério da Defesa depois de cinco anos — desde o governo de Michel Temer (MDB), a gestão era feita por um militar. Ao assumir o cargo com "espírito conciliador", Múcio frisou que as Forças Armadas são instituições de Estado.
Como foi o discurso do novo ministro?
- Múcio adotou tom conciliador;
- disse que vai buscar manter "perfeita sintonia" com o alto comando militar;
- falou de seu respeito às "tradições militares";
- encerrou agradecendo e homenageando seu antecessor, o general Paulo Sérgio Nogueira, que não participou do evento.
Múcio também falou com jornalistas após a cerimônia de posse realizada no Ministério da Defesa na última segunda-feira (2) e, questionado sobre uma solução para os acampamentos bolsonaristas, adotou o mesmo tom moderado.
Eu falo com autoridade porque tenho parentes lá. No de Recife, tenho alguns amigos aqui [Brasília]. É uma manifestação da democracia. A gente tem que entender que nem todos os adversários são inimigos, a gente tem até inimigos correligionários. Eu acho que daqui um pouquinho aquilo vai se esvair e chegar a um lugar que todos nós queremos.
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