Militares do Exército dificultam ação da PM em ato golpista no DF; veja
Imagens gravadas durante os ataques de vândalos bolsonaristas aos prédios dos Três Poderes em Brasília, no último domingo (8), mostram que militares do Exército Brasileiro agiram para dificultar o trabalho da Polícia Militar do Distrito Federal, que tentava conter e prender os golpistas.
No vídeo, um oficial da tropa de choque da PMDF chega a reclamar com um coronel de Exército que tenta proteger os radicais defensores do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).
"Tá doido? Tá doido? Você tá louco? Tá todo mundo preso. Tá todo mundo preso. Coronel, eles estão presos, coronel", diz o policial.
Durante as discussões entre militares e agentes da PM, um policial pede aos soldados que ajudem a expulsar os invasores de dentro do Palácio do Planalto.
Ao UOL, o Centro de Comunicação Social do Exército informou que os fatos estão sendo apurados pelas autoridades competentes.
No dia da invasão, bolsonaristas praticaram atos de terrorismo que provocaram a depredação do Congresso Nacional, do Palácio do Planalto e do STF (Supremo Tribunal Federal).
O episódio provocou o afastamento do governador do DF Ibaneis Rocha (MDB) por 90 dias, por determinação do ministro do STF Alexandre de Moraes, além da exoneração do então secretário de Segurança Pública do DF, Anderson Torres, que tem pedido de prisão expedido.
Presos. Desde domingo, cerca de 1.500 golpistas foram presos por incitar atos de vandalismo e antidemocráticos por não se conformarem com a derrota de Bolsonaro.
Os detidos foram encaminhados para o ginásio da Academia Nacional da Polícia Federal, onde receberam a visita da Comissão de Direitos Humanos da OAB (Ordem dos Advogados do Brasil) e do senador bolsonarista Marcos do Val (Podemos-ES). Até o momento, não foram constatadas violações aos direitos humanos dos presos.
Ontem, a Secretaria de Administração Penitenciária do Distrito Federal informou que 904 homens e 494 mulheres presos nos ataques aos prédios dos Três Poderes foram encaminhados para penitenciárias.
Os presos homens foram levados para o Centro de Detenção Provisória do Complexo da Papuda e as mulheres para a Penitenciária Feminina do DF, conhecida como Colmeia.
A maior parte dos bolsonaristas foi presa no acampamento em frente ao quartel-general do Exército de Brasília —desmontado na segunda-feira por determinação do STF (Supremo Tribunal Federal), um dia após os ataques.
Audiências de custódia devem ser encerradas até domingo (15). O CNJ (Conselho Nacional de Justiça) informou que o ministro do STF Alexandre de Moraes autorizou que os juízes façam audiências em sistema de mutirão.
Segundo o conselho, outras 599 pessoas foram liberadas após serem fichadas. Entre os soltos estão idosos, pessoas com problemas de saúde e mães acompanhadas de seus filhos com menos de 12 anos.
'Presos estão bem cuidados'. O interventor federal no DF, Ricardo Cappelli, afirmou que os detidos pela Polícia Federal que aguardam para prestar depoimento "estão muito bem cuidados" e com "todos seus direitos garantidos".
Nenhuma pessoa morreu no local, ao contrário de relatos em redes sociais, compartilhados inclusive pela deputada federal Bia Kicis (PL-DF), conforme desmentiu a PF. Posteriormente, Kicis admitiu que espalhou informação mentirosa.
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