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Dino acompanhou prisão de Torres à distância

Anderson Torres e Flávio Dino; ministro da Justiça disse que pediria extradição do antecessor se ele não retornasse ao Brasil até segunda-feira  - Antonio Cruz/Agência Brasil; e TON MOLINA/FOTOARENA/ESTADÃO CONTEÚDO
Anderson Torres e Flávio Dino; ministro da Justiça disse que pediria extradição do antecessor se ele não retornasse ao Brasil até segunda-feira Imagem: Antonio Cruz/Agência Brasil; e TON MOLINA/FOTOARENA/ESTADÃO CONTEÚDO

Do UOL, em São Paulo

14/01/2023 11h12Atualizada em 14/01/2023 13h53

O ministro da Justiça, Flávio Dino, acompanhou hoje à distância a prisão do ex-secretário de Segurança Pública do Distrito Federal Anderson Torres, de acordo com a assessoria. Oficialmente, o governo não comentou a operação.

Torres, que ocupou o cargo de Dino durante o governo do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), foi preso ao desembarca em Brasília, após férias nos Estados Unidos. Ele é acusado de omissão nos atos golpistas do último domingo (8), quando manifestantes contrários ao resultado da eleição invadiram e depredaram as sedes dos Três Poderes.

Para o governo federal, houve negligência da cúpula da segurança do Distrito Federal, pois a Polícia Militar não reprimiu os ataques. Torres era secretário de Segurança do DF e foi exonerado no domingo. Ele está provisoriamente no 4º Batalhão da Polícia Militar, no Guará.

Dino afirmou em evento ontem que, se Torres não retornasse ao Brasil até a próxima segunda-feira (16), pediria a extradição dele.

O STF (Supremo Tribunal Federal) determinou a prisão do ex-ministro na última terça-feira (10), e também autorizou busca e apreensão na casa dele.

Durante a operação, agentes da PF encontraram uma proposta de decreto para reverter o resultado da eleição. O ex-secretário se defendeu, dizendo que o documento foi tirado de contexto e seria inutilizado. No Brasil, ele deverá esclarecer quem redigiu o texto e em quais circunstâncias.

Torres já havia sido secretário de Ibaneis Rocha (MDB-DF) antes de ser indicado como ministro de Bolsonaro. Voltou ao cargo no início deste ano, apesar de aliados de Ibaneis desaconselharem a nomeação —Torres é próximo do ex-presidente e já era alvo de críticas e investigações.

No domingo, após a invasão e a depredação dos Três Poderes, Torres foi exonerado e Ibaneis, afastado do governo por 90 dias.

Em depoimento, ontem, o governador afastado negou negligência, disse que não foi informado dos riscos das manifestações e que a responsabilidade pela segurança no ato era de Torres.

Em entrevista à Globonews neste sábado, Dino afirmou que foram realizadas reuniões com o governo do Distrito Federal e enviados avisos ao DF sobre os riscos dos atos no dia 8 de janeiro.

Todo o Brasil sabia dessas convocações. Houve na sexta-feira uma reunião do governo do Distrito Federal. O governo assumiu o compromisso nessa reunião. No sábado houve reiteração desse compromisso no sentido da manutenção da ordem. No sábado à noite, enviei dois ofícios ao governo do Distrito Federal, um ofício meu e um ofício da Polícia Federal. Todos os alertas às autoridades competentes foram feitas."
Flávio Dino, ministro da Justiça

O atual ministro não fez comentários diretos sobre a prisão desta manhã —mas classificou a nomeação de Torres como "erro político".

O problema não é o Anderson ser adversário político. É que o Anderson já tinha antecedentes que estavam sob investigação. Os antecedentes eram muito ruins. No mínimo houve erro político do Ibaneis."