Zema tenta vestir roupa de Bolsonaro para 2026, diz Dino: 'Deplorável'
As declarações do governador de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo), de que o governo federal teria feito "vista grossa" para os atos de terrorismo na capital federal a fim de se "posar de vítima", são indícios de que Zema quer se colocar como um "sub-Bolsonaro" no cenário nacional, disse Flávio Dino.
As críticas do ministro da Justiça e Segurança Pública foram feitas ontem durante entrevista ao portal Fórum.
Me espanta que o governador Zema tente vestir a roupa do Bolsonaro. Não cabe nele. Minas Gerais é a terra de Tiradentes, de Tancredo Neves, é a terra da democracia. Então, não é possível que um governador de modo vil se alinhe à extrema direita para proteger terrorista.
Dino também criticou Zema porque o governador mineiro não apresentou as "suposições" na reunião que os chefes dos Executivos estaduais tiveram com o presidente Lula (PT) e outras autoridades.
O ministro ainda associou as declarações de Zema a uma estratégia eleitoral visando 2026, ano das próximas eleições nacionais.
Por que ele não perguntou a mim, que estava lá? Por que não perguntou ao presidente da República, que estava lá? Seria mais decente do que falar posteriormente [...] Eleição tem em 2026. Agora, não acho que seja adequado o candidato querer se colocar na agenda sendo uma espécie de sub-Bolsonaro, fica feio. Acho que é realmente deplorável esse tipo de coisa acontecer.
Petistas vão à Justiça por falas de Zema
Ontem, os deputados Reginaldo Lopes (PT-MG), atual líder do partido na Câmara, e Zeca Dirceu (PT-PR), que assumirá o posto na próxima legislatura, em 1.º de fevereiro, ingressaram com uma ação contra Zema no STJ.
Os parlamentares petistas pedem que o governador esclareça, em um prazo de 48 horas, as declarações.
"Trata-se de uma afirmação torpe, reprovável, caluniosa, incompatível com a dignidade e estatura de quem governa um dos mais importantes Estados da Federação, na medida em que tenta responsabilizar as próprias vítimas do ataque", afirma nota dos petistas.
Procurado, o governador de Minas não quis comentar.
Relembre o que governador disse em entrevista
Em entrevista à rádio Gaúcha no domingo (16), o governador mineiro disse que houve erro de uma "minoria" radical entre os apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) antes de atribuir parcela da culpa ao governo recém-eleito.
Me parece que houve um erro da direita radical, que é minoria. Houve um erro também, talvez até proposital do governo federal, que fez vista grossa para que o pior acontecesse e ele se fizesse de vítima. É uma suposição. Mas as investigações vão se foi isso.
Zema, que no segundo turno da disputa presidencial se aliou a Bolsonaro, defendeu que aqueles que foram pegos em atos de vandalismo sejam presos, mas criticou a detenção dos golpistas que estavam "se manifestando de forma ordeira".
Você confundir um cidadão de bem com um depredador é erro gravíssimo. Que se puna essas pessoas que fizeram o vandalismo. Agora, estender isso a esses que estão se manifestando de forma ordeira, é uma situação muito distinta."
*Com informações do Estadão Conteúdo
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