Entre golpistas presos, ao menos 74 doaram para campanha de Bolsonaro
Levantamento realizado pelo UOL Notícias aponta que a maioria das doações dos bolsonaristas presos pelos atos golpistas de 8 de janeiro é de R$ 1 e foi feita por Pix, Essa transferência de pequeno valor foi incentivada por uma campanha liderada por apoiadores de Jair Bolsonaro (PL), em setembro do ano passado.
A ideia era gerar uma espécie de "comprovante" contra possíveis fraudes nas urnas eletrônicas, como o ex-presidente reiteradamente afirmou ao longo dos últimos anos, mas que nunca foram confirmadas. Há valores maiores, como simbólicos R$ 22 (número de Bolsonaro nas eleições) e uma doação de R$ 400. A maioria das doações foi feita entre os dias 12 e 20 de setembro de 2022.
Soma R$ 1.325 o total das doações feitas pelos detidos identificadas pelo UOL.
A lista dos presos é a divulgada pela secretaria de administração penitenciária do DF. Ao todo, independentemente de serem doadores de campanha ou não, são 905 homens e 493 mulheres, com idades entre 18 e 74 anos
Entre os doadores de R$ 1, está Ulisses Freddi. No seu perfil, ele publicou vídeos convocando bolsonaristas para participar de acampamentos em São José dos Campos, interior de São Paulo. Ele também aparece cantando o hino nacional em frente ao prédio do Exército na sua cidade.
Há também quem tenha doado menos, como o brasiliense Tiago Renan Borges Pereira que doou apenas R$ 0,50, já no segundo turno, no dia 13 de outubro. Em suas redes sociais, ele chegou a postar um vídeo no QG bolsonarista em Brasília com o escrito "#bolsonaro". Em outra postagem, convoca bolsonaristas a participar do acampamento com a mensagem "O ladrão não sobe a rampa". Ele também divulgou imagens de livros de Olavo de Carvalho, escritor e guru do bolsonarismo morto em janeiro do ano passado.
Bolsonaro e seus aliados tentam desvincular o movimento bolsonarista das cenas de destruição dos prédios dos Três Poderes em Brasília. Assim como aconteceu nos EUA entre apoiadores de Donald Trump, após a invasão do Capitólio, a teoria falsa de que pessoas infiltradas seriam as responsáveis pelas cenas de violência e depredação em Brasília passou a circular em grupos bolsonaristas no WhatsApp e Telegram.
Além das doações apontadas pela reportagem, os próprios golpistas transmitiram vídeos que desmentem a teoria. Um homem com a camiseta de Bolsonaro destruiu um relógio presente da Corte Francesa para dom João 6º.
Como saber se presos e doadores são as mesmas pessoas? Para levantar os nomes dos detidos com os doadores de campanha e evitar a contabilização de pessoas com o mesmo nome, o UOL cruzou dados fornecidos pela Secretaria de Segurança Pública do Distrito Federal, com informações do TSE (Tribunal Superior Eleitoral) e também com dados da Receita Federal.
Campanha de R$ 1. Entre as doações dos presos em Brasília, há 44 doações para Bolsonaro no valor de R$ 1. Ao todo, o então candidato à reeleição recebeu R$ 241.581 transferências de R$ 1.
O movimento, no entanto, gerou dificuldades burocráticas para a campanha, embora tenha sido incentivado até pelos filhos de Bolsonaro, como o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ).
ID: {{comments.info.id}}
URL: {{comments.info.url}}
Ocorreu um erro ao carregar os comentários.
Por favor, tente novamente mais tarde.
{{comments.total}} Comentário
{{comments.total}} Comentários
Seja o primeiro a comentar
Essa discussão está encerrada
Não é possivel enviar novos comentários.
Essa área é exclusiva para você, assinante, ler e comentar.
Só assinantes do UOL podem comentar
Ainda não é assinante? Assine já.
Se você já é assinante do UOL, faça seu login.
O autor da mensagem, e não o UOL, é o responsável pelo comentário. Reserve um tempo para ler as Regras de Uso para comentários.