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Sofá rasgado, TV, microondas: o que tem na cela de Anderson Torres no DF

O ex-ministro da Justiça e Segurança Pública, Anderson Torres - Marcelo Camargo/Agência Brasil
O ex-ministro da Justiça e Segurança Pública, Anderson Torres Imagem: Marcelo Camargo/Agência Brasil

Do UOL, em São Paulo

19/01/2023 18h09Atualizada em 19/01/2023 18h15

Anderson Torres, ex-secretário de Segurança do Distrito Federal e ex-ministro de Jair Bolsonaro, está preso no 4º Batalhão da Polícia Militar do Distrito Federal desde o último sábado, quando foi detido ao retornar dos Estados Unidos.

Em relatório da juíza Leila Cury, é possível ter uma descrição do espaço em que o ex-secretário está:

  • Há um sofá "em péssimo estado de conservação (assento rasgado)" e uma mesa com quatro cadeiras;
  • Tem um frigobar na antessala;
  • O local possui um banheiro e um beliche, onde o ex-ministro dorme;
  • Tem dois armários com cerca de três mudas de roupa.

A juíza autorizou:

  • A instalação de um microondas, "conforme rol permitido no NCPM (Núcleo de Custódia da Polícia Militar)" e de uma televisão;
  • Acompanhamento psicológico, o que teria sido um pedido de Torres;
  • Refeições diárias encaminhadas ao ex-secretário pelos advogados ou familiares.

A cela dele foi inspecionada na segunda-feira para garantir que não havia "privilégios".

Novo depoimento. O ex-secretário deve prestar depoimento à PF (Polícia Federal) novamente na próxima segunda-feira. De acordo com documento obtido pelo UOL, foi a defesa do ex-secretário quem solicitou a nova oitiva.

Torres seria ouvido pela PF ontem, mas ficou calado. De acordo com a colunista do UOL Juliana Dal Piva, o ex-ministro pretende quebrar o silêncio nesse novo depoimento.

Prisão. De férias nos Estados Unidos, o ex-ministro foi preso ao retornar ao Brasil. Ele foi exonerado da Secretaria de Segurança do DF, depois que bolsonaristas golpistas invadiram as sedes dos Três Poderes. No cargo, Torres era responsável pela Polícia Militar, que não conteve os ataques.

Para o governo federal, há indícios de negligência por parte do comando da segurança na capital federal.

A prisão foi decretada a pedido do diretor-geral da Polícia Federal, Andrei Passos Rodrigues. Alexandre de Moraes, ministro do STF, também autorizou busca e apreensão na casa do ex-ministro. Durante a operação, agentes da PF encontraram uma proposta de decreto para reverter o resultado da eleição vencida por Lula.