Único mantido por Lula, superintendente da PRF do Piauí pede exoneração
O único superintendente da PRF (Polícia Rodoviária Federal) mantido pelo governo Lula após uma série de dispensas pediu exoneração do cargo nesta quinta-feira (19). O inspetor Paulo Fernando Nunes Moreno atuava na regional do Piauí.
Em carta obtida pela reportagem, ele comunicou a dispensa, mas não deu detalhes sobre o motivo da exoneração —disse apenas que foi "decisão pessoal".
Tomo a decisão pessoal de comunicar minha dispensa do cargo de Superintendente da Polícia Rodoviária Federal no Estado do Piauí."
O pedido de Moreno foi confirmado pela comunicação da PRF. Quem assume o comando da regional é o superintendente interino Jairo Lima de Oliveira.
"Presto agradecimento aos integrantes do Poder Executivo Federal, bem como às autoridades federais, estaduais e municipais do Piauí, além de entidades da sociedade civil organizada, que contribuíram para o êxito de nossa gestão", afirmou Moreno no texto.
"Por fim, graças ao empenho e compromisso dos colegas servidores da PRF, policiais, administrativos, terceirizados, prestadores e estagiários, tenho a certeza de transmitir ao próximo dirigente uma superintendência em plenas condições de prestar serviço de excelência à sociedade piauiense e brasileira."
Segundo apurou o UOL, o inspetor não estava "confortável" com o afastamento dos 25 superintendentes dos estados e o do Distrito Federal.
Além do pedido de dispensa do cargo, Moreno também declinou do convite para assumir o comando da Direção de Gestão de Pessoas da PRF. Ele era considerado uma pessoa "de confiança" da nova gestão.
No dia 30 de outubro, a PRF do Piauí, sob comando de Moreno, não parou ônibus com eleitores no estado.
"Não houve fiscalização de ônibus no Piauí no dia do segundo turno", informou a comunicação da PRF. Segundo a assessoria do órgão, os documentos operacionais da PRF confirmam que coletivos não foram parados em blitz no dia 30 de outubro.
Em relação às mudanças feitas por Lula, a PRF afirmou que a troca de superintendentes é "natural" no início de uma nova gestão e que o diretor-geral indica pessoas de confiança.
Ele foi membro da equipe de transição, portanto teria o aval do diretor-geral para continuar na administração.
As operações nos ônibus foram realizadas mesmo após a proibição de qualquer ação que afetasse o transporte público dos eleitores, determinada pelo presidente do TSE (Tribunal Superior Eleitoral), o ministro Alexandre de Moraes. Na época, foram questionadas porque provocaram lentidão e dificuldades no deslocamento de eleitores —o que teria resultado em abstenções.
Quem é o inspetor Moreno
O superintendente começou a carreira no Maranhão em janeiro de 1996. Formado em Direito pela Universidade Federal do Maranhão, em 2006, ele assumiu funções como a chefia do Núcleo de Operações, foi chefe substituto das Delegacias dos municípios maranhenses de Açailândia e de Balsas.
Ele assumiu a superintendência regional da PRF do Maranhão em 2015, onde ficou até ser designado para atuar no Piauí. O inspetor é conhecido por ter um perfil "técnico".
Moreno atuava como superintendente desde o governo da ex-presidente Dilma Rousseff (PT). No Maranhão, ele ocupou o cargo entre 2015 e 2021, período em que o governador do estado era Flávio Dino (PSB), atual ministro da Justiça.
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