Denunciado, general Heleno já teve cargo na ditadura, COB, Amazônia e Haiti
Denunciado à Procuradoria-Geral da República (PGR) por ter autorizado o garimpo em uma área vizinha à Terra Indígena Yanomami, em Roraima, o general da reserva e ex-ministro do Gabinete de Segurança Institucional (GSI) Augusto Heleno disse alvo de um "absurdo".
Quem é o general Augusto Heleno?
- Nasceu em 29 de outubro de 1947, em Curitiba (PR);
- Graduou-se na Academia Militar das Agulhas Negras em 1969;
- Pertenceu à chamada "linha dura" do regime durante a Ditadura Militar;
- Foi comandante das tropas da Missão das Nações Unidas do Haiti entre 2004 e 2005;
- Foi comandante militar da Amazônia em 2008, no governo Lula;
- Foi para a reserva do Exército em maio de 2011;
- Teve cargo de direção no Comitê Olímpico do Brasil (COB);
- Foi ministro do Gabinete de Segurança Institucional (GSI) no governo Bolsonaro.
Família militar. O pai de Augusto Heleno, Ary de Oliveira Pereira, foi professor do Exército. Em 1972, ele foi promovido a coronel pelo então presidente, o general Emílio Garrastazu Médici.
Quando passou para a reserva, em 2011, Augusto Heleno discursou em defesa do golpe de 1964 e citou o pai.
Lutastes, em 1964, contra a comunização do país e me ensinastes a identificar e repudiar os que se valem das liberdades democráticas para tentar impor um regime totalitário, de qualquer matiz.
General Augusto Heleno
O próprio também pertenceu à chamada "linha dura" do regime durante a Ditadura Militar. No governo Geisel (1974 - 1979), inclusive, ele trabalhava para o general Sylvio Frota, então ministro do Exército, e integrava a ala que se opunha à "abertura lenta, gradual e segura".
Missão polêmica no Haiti. Em 2004, foi o comandante de paz da ONU no país. No ano seguinte, comandou centenas de soldados na operação "Punho de Ferro", na comunidade Cité Soleil, na capital de Porto Príncipe, em busca de um líder de gangue.
Na época, ele considerou que a ação foi um sucesso. No entanto, diversos grupos de direitos humanos classificaram o episódio como um "massacre", apontando que mais de 22 mil tiros foram disparados durante a ação, que também teria tirado a vida de muitos civis.
Passagem pelo COB. Contratado em agosto de 2011 para ser diretor de Comunicação, Educação Corporativa e do Instituto Olímpico do Comitê Olímpico do Brasil (COB), ele recebia um salário de R$ 59 mil — sendo 80% do valor pago com recursos públicos.
Heleno pediu demissão em meio ao escândalo de corrupção que resultou na prisão do ex-presidente Carlos Arthur Nuzman.
Ligação com Bolsonaro. Augusto Heleno e Jair Bolsonaro se conheceram no final da década de 1970, na Academia Militar das Agulhas Negras. Na época, ele era tenente, enquanto o ex-presidente era cadete.
O general chegou a ser cotado para ser vice de Bolsonaro na candidatura de 2018, mas acabou assumindo o Gabinete de Segurança Institucional (GSI).
Exoneração. No dia 1º de janeiro, poucas horas antes da posse de Lula, o então presidente em exercício Hamilton Mourão exonerou o o general Augusto Heleno, que estava no cargo de chefe do Gabinete de Segurança Institucional.
Com o intuito de "desmilitarizar" e "desbolsonarizar" a Esplanada dos Ministérios, o governo Lula tem retirado militares da ativa e da reserva de cargos políticos.
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