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Governistas se revoltam com chance de Salles na Comissão do Meio Ambiente

Então ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles posa diante de madeira apreendida no Pará - Reprodução/Twitter
Então ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles posa diante de madeira apreendida no Pará Imagem: Reprodução/Twitter

Do UOL, em São Paulo

08/02/2023 08h46Atualizada em 08/02/2023 09h57

A possibilidade que o PL indique o ex-ministro Ricardo Salles (PL-SP) para a presidência da Comissão de Meio Ambiente da Câmara dos Deputados causou revolta em entidades e deputados da base aliada do governo Lula (PT).

"Só pode ser brincadeira de mau gosto", opinou Ivan Valente (PSOL-SP) nas redes sociais. "O traficante de madeira ilegal que colaborou com o genocídio yanomami. Chega de boiada, Ricardo Salles é caso de polícia".

Para Lindbergh Farias (PT-RJ), a chance é "no mínimo, um absurdo". "É a raposa tomando conta do galinheiro. Não podemos permitir o ex-ministro do 'passar a boiada' em uma Comissão tão importante", escreveu ele no Twitter.

O secretário-executivo do Observatório do Clima, Marcio Astrini, disse que a ideia é "bizarra". " A Câmara colocar uma pessoa como essa na presidência de uma comissão tão importante como meio ambiente, está declarando guerra à área ambiental no Brasil", afirmou.

Salles negou que vá se candidatar para o cargo. Em entrevista ao jornal O Estado de S. Paulo, o ex-ministro disse que a comissão não ficará com o seu partido e, se coubesse a ele, escolheria não presidir nenhum grupo.

Eu não sou do parlamento. Até aprender como é que as coisas funcionam, acho que você tem que segurar um pouco a onda
Ricardo Salles, deputado federal

Ex-ministro é investigado por suposto envolvimento com esquema de exportação de madeira ilegal. Ricardo Salles foi ministro do Meio Ambiente do governo de Jair Bolsonaro (PL) entre 2019 e 2021. Ele deixou o cargo em meio a denúncias que ele teria facilitado a exportação de madeira retirada de áreas de grilagem e dificultado a fiscalização. Ele nega qualquer ilícito.

Salles falou em 'passar a boiada'. Ele foi gravado em reunião ministerial dizendo que a pandemia de covid-19 era a oportunidade de "passar a boiada" nas regulamentações ambientais.

"Estamos nesse momento de tranquilidade no aspecto de cobertura de imprensa, porque só fala de covid-19, e ir passando a boiada e mudando todo o regramento e simplificando normas. De Iphan, de Ministério da Agricultura, de Ministério do Meio Ambiente", disse. "Agora é hora de unir esforços".

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