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Flávio diz que força política de Bolsonaro aumentaria com prisão: 'Mártir'

Flávio Bolsonaro e Jair Bolsonaro - 28.nov.2018 - Sergio Lima/AFP
Flávio Bolsonaro e Jair Bolsonaro Imagem: 28.nov.2018 - Sergio Lima/AFP

Colaboração para o UOL, em Maceió

10/02/2023 10h09

O senador afirmou que seria uma "burrice" mandar prender o ex-presidente, porque esse movimento apenas aumentaria sua força política no Brasil, além de o transformar em uma espécie de "mártir" da extrema direita. As declarações foram dadas em entrevista ao Poder 360.

Acho que seria uma burrice [prendê-lo]. Se vão para uma agressão ao Estado Democrático de Direito tendo como vítima o Jair Bolsonaro vão criar um grande mártir, vitimizar uma pessoa boa, que passou quatro anos sem denúncias de corrupção."

Flávio Bolsonaro (PL-RJ) tentou blindar o pai de possíveis consequências jurídicas e políticas por supostos crimes cometidos em seu governo, ao destacar que, "qualquer coisa que fizerem", transformarão o ex-presidente "em uma pessoa mais forte".

O brasileiro se identifica com quem está sendo vítima de alguma injustiça. Não acredito que isso vá acontecer, nem a prisão, nem a inelegibilidade."

Na entrevista, Flávio Bolsonaro argumentou que prender ou tornar Bolsonaro inelegível, deixaria na sociedade a impressão de que a medida foi tomada apenas para afastá-lo de uma possível candidatura à presidência da República em 2026.

Indiretamente, o senador recorreu à retórica petista de que a prisão de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) em 2018 foi um ato político para tirá-lo da disputa. Naquela ocasião, Lula liderava com folga a corrida presidencial, que culminou na vitória de Jair.

Flávio, porém, disse acreditar que, no caso específico da prisão de Lula, o petista teria cometido "vários atos de corrupção". Porém, ele admitiu que "houve um problema processual da vara de Curitiba" no julgamento do petista, sob a liderança do ex-juiz Sergio Moro, que posteriormente se tornou ministro do governo de seu pai.

"Mas a vontade de trazer Lula de volta à cena política era tão grande que uma coisa que nunca foi admitida no Direito, usar provas ilícitas para condenar ou absolver alguém, foi usada e ele voltou à cena do crime, nas palavras do Geraldo Alckmin", completou o senador.

O "problema processual" citado por Flávio é em referência às conversas entre os procuradores da República de Curitiba com o então juiz Moro, expostas na Vaza Jato, que mostravam uma "perseguição" em relação a Lula.

As conversas serviram como provas para o STF (Supremo Tribunal Federal) que considerou Moro parcial no julgamento de Lula. Com isso, as condenações contra o petista foram anuladas, ele recuperou os direitos políticos, concorreu no pleito presidencial de 2022 e saiu vencedor nas urnas ao derrotar Jair Bolsonaro.