Jornal: Sócio de Juscelino tem cargo fantasma em liderança do PDT no Senado
O ministro das Comunicações, Juscelino Filho (União Brasil), emplacou o sócio do haras onde cria seus cavalos como funcionário fantasma na liderança do PDT no Senado. As informações são do jornal Estado de S.Paulo.
O que aconteceu?
- Gustavo Gaspar não foi localizado no gabinete onde deveria trabalhar em Brasília e servidores não o conheciam. No haras, ele é sócio da irmã do ministro, a prefeita de Vitorino Freire (MA), Luanna Rezende.
- O responsável pelo gabinete, Silvio Saraiva, admitiu que Gaspar não trabalhava no local onde está lotado.
- O salário de Gustavo Gaspar é de R$ 17,2 mil, um dos maiores salários do gabinete.
Dois dias após o Estadão procurar Gaspar em seu suposto gabinete, ele foi transferido para a Segunda Secretaria do Senado, comandada desde fevereiro por Weverton Rocha (PDT-MA). O senador é um dos fiadores da indicação de Juscelino para o comando do Ministério das Comunicações.
"O exercício dele continuou aqui por falha mesmo. Deveria ter sido requisitado o exercício dele para o gabinete do senador Weverton. Não foi. Provavelmente, ele (Gaspar) está trabalhando na Segunda Secretaria, que é onde o senador Weverton está agora. Não deve estar nem no gabinete dele", justificou o chefe de gabinete do PDT ao Estadão.
Na Segunda Secretaria, o Estadão também não localizou Gustavo Gaspar e duas servidoras disseram não saber do que se tratava.
Homem de confiança do ministro, o funcionário fantasma é irmão de Tatiana Gaspar, contratada por Juscelino como assessora especial do Ministério das Comunicações, com salário de R$ 13,2 mil. Quando deputado, Juscelino já havia empregado o pai de Gaspar, de 80 anos, com salário de R$ 15,7 mil.
Juscelino tem uma reunião hoje com o presidente Lula (PT). "Ele [Juscelino Filho] tem o direito de provar sua inocência. Mas se não conseguir provar sua inocência, ele não pode ficar no governo", disse o petista na última quinta (2).
As suspeitas
Juscelino Filho direcionou R$ 5 milhões do orçamento secreto para asfaltar uma estrada que passa em frente a oito fazendas de sua família, segundo reportagem do jornal O Estado de S. Paulo.
Ele também não declarou um patrimônio de ao menos R$ 2,2 milhões em cavalos de raça ao TSE (Tribunal Superior Eleitoral) e é acusado de usar transporte custeado pelo governo e receber diárias da União em compromissos pessoais.
Juscelino Filho escreveu, em publicação no Twitter, que está "comprometido em esclarecer ao presidente Lula" o que chamou de "denúncias infundadas feitas pela imprensa".
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