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OPINIÃO

Maierovitch: Bolsonaro confessou peculato com joias; pena vai até 12 anos

Colaboração para o UOL, em São Paulo

09/03/2023 08h53

Ao confirmar a um repórter da CNN que incorporou um estojo de joias dadas pelo governo da Arábia Saudita ao seu acervo pessoal, Jair Bolsonaro confessou que cometeu crime de peculato, na visão de Wálter Maierovitch. O colunista explicou, em participação no UOL News desta quinta, que a pena para este tipo de delito pode chegar a 12 anos de prisão.

É completamente ilegal. À luz do Código Penal, isso é crime de peculato, de quem se apropria [de bem público], na condição de funcionário público. A pena vai de dois a doze anos de reclusão e mais multa. É peculato confessado, do qual ele tenta se safar dizendo ser um 'bem personalíssimo', mas só seria se fosse de pequeno valor. São coisas para a intimidade da pessoa, e não para um valor de exposição e de brilho. Wálter Maierovitch, colunista do UOL

O jurista ainda falou sobre a situação de Michelle Bolsonaro no escândalo das joias. Para Maierovitch, há a possibilidade de a ex-primeira-dama também ser incluída nas acusações de peculato por conta das demais joias trazidas da Arábia Saudita, que alegadamente seriam um presente para ela.

As autoridades vão perguntar se a primeira-dama sabia disso tudo e que havia algo para ela. A partir do momento em que ela nega, joga tudo nas costas do marido. Está muito claro que Bolsonaro sabia e ainda tentou pegá-las oito vezes Pelo que ela diz, Bolsonaro tentou lhe dar um 'chapéu' e ficar com a coisa. Se a Michelle estiver envolvida nisso, vai entrar como coautora em peculato. A responsabilidade direta dela precisa ser apurada. Wálter Maierovitch, colunista do UOL

A Polícia Federal intimou Bento Albuquerque, ex-ministro de Minas e Energia na gestão Bolsonaro, e Marcos André Soeiro, ex-assessor da pasta, a deporem no inquérito sobre as joias. Os depoimentos estão previstos para hoje.

Josias: Aliados tentam salvar Michelle e veem relação abalada com Bolsonaro

Preocupados com as possíveis consequências do escândalo das joias, os aliados se articulam para tentar salvar a pele de Michelle Bolsonaro, conforme apurou Josias de Souza. O colunista também apontou que estes mesmos apoiadores já falam em uma relação estremecida entre a ex-primeira-dama e Jair Bolsonaro, como parte da estratégia para livrá-la de qualquer envolvimento no caso.

Quanto a Michelle, que ainda não tem suas digitais impressas nesse caso, já se arma uma operação para tentar preservá-la. Deputados do PL estão dizendo que ela não sabia mesmo e que ela estaria até estremecida com o marido. É uma versão que está sendo construída para pelo menos tentar salvar a Michelle desse escândalo. Josias de Souza, colunista do UOL

Sâmia: Ataque às pessoas trans é o que está unindo bolsonaristas na Câmara

Sâmia Bomfim (PSOL-SP) repudiou o discurso transfóbico de Nikolas Ferreira (PL-MG) na Câmara no Dia Internacional da Mulher. A deputada federal afirmou que os constantes ataques de parlamentares às pessoas trans estão unindo os bolsonaristas dentro da Casa.

O que aconteceu ontem não foi uma novidade. Nas últimas semanas, temos assistido a declarações transfóbicas na tribuna. A impressão que dá é que os bolsonaristas elencaram o ataque às parlamentares trans e às demais mulheres e homens trans que ocupam lugares de destaque na sociedade como um elemento para seguir aglutinando sua base conservadora e dando respostas para a pauta moral que também mobiliza o bolsonarismo na sociedade. Sâmia Bomfim, deputada federal (PSOL-SP)

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