Presidência da Alesp: Candidato de Tarcísio deve ter mais de 80 de 94 votos
O deputado André do Prado (PL) deve ser escolhido presidente da Alesp (Assembleia Legislativa de São Paulo) com mais de 80 dos 94 votos. Essa é a expectativa dos deputados estaduais para a eleição da próxima quarta-feira (15).
Partido do governador Tarcísio de Freitas, o Republicanos teria aberto mão da presidência da casa em troca da 1ª vice-presidência da Câmara dos Deputados, em Brasília. Graças aos votos do PL, o cargo ficou com Marcos Pereira (Republicanos).
Prado conquistou o apoio do PT e de outros partidos da oposição quando se comprometeu a seguir a proporcionalidade. Pela regra, cargos da mesa diretora são distribuídos em função do tamanho das bancadas de cada legenda. Com o segundo maior número de deputados (18), o partido do presidente Lula se beneficia do princípio.
O PT deve ser escolhido para primeira secretaria da casa. Com a terceira maior bancada (9 deputados), o PSDB deve assumir a segunda secretaria e o Republicanos, a vice-presidência.
Mesmo deputados do PL mais ligados ao ex-presidente Jair Bolsonaro devem votar em Prado para presidência da Alesp. Hoje, bolsonaristas formam um grupo à parte dentro do partido.
Após quase 30 anos, o grupo político do PSDB, que já perdeu vagas na Casa, está prestes a deixar a presidência e a influência direta sobre os temas que viram lei no Estado, de assuntos fiscais a pautas de costumes. Carlão Pignatari (PSDB) ocupa, até agora, o principal cargo da Mesa Diretora.
Eleição deve ter só mais um candidato
Antes do acordo que selou a candidatura de André do Prado, outros nomes chegaram a se movimentar para obter chances reais na disputa, mas terminaram ficando para trás por conta das negociações nos bastidores. O deputado estadual Carlos Giannazi (PSOL) deve ser a única outra opção de voto.
Discordo da tese do princípio da proporcionalidade para a eleição da mesa diretora, pois isso engessa e reduz a participação dos partidos menores
Carlos Giannazi, deputado estadual (PSOL) e candidato à presidência da Alesp
Prado é visto como um deputado republicano e moderado, adepto do diálogo e que se relaciona bem com os colegas. Nas redes sociais, já publicou fotos com políticos de diferentes tendências —como o ministro das relações institucionais Alexandre Padilha (PT) e Felício Ramuth (PSD), vice de Tarcísio. Entretanto, há quem acredite que seu nível de articulação política na Alesp será posto à prova caso ele seja eleito presidente.
Após a eleição, a casa deve demorar cerca de 20 dias para formar todas as suas comissões e a tramitação de propostas só deve começar, de fato, depois desse período.
Ao longo da última semana, a reportagem do UOL tentou entrar em contato com o deputado André do Prado, mas não obteve resposta.
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