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Ex-PGR: Federalização teria dado mais chances para resolver caso Marielle

Colaboração para o UOL, em São Paulo

14/03/2023 09h59Atualizada em 14/03/2023 14h01

Em entrevista ao UOL News nesta terça, Raquel Dodge, ex-procuradora-geral da República, afirmou que, se o caso Marielle tivesse sido federalizado, as chances de resolução teriam aumentado. O assassinato da vereadora e do motorista Anderson Gomes completa cinco anos hoje, sem encontrar os mandantes do crime.

Acredito que sim. Percebi que ali se tratava de um crime contra a democracia. Havia sido assassinada uma parlamentar, defensora de direitos humanos e de minorias e atuante contra a milícia no Rio de Janeiro, que naquela ocasião estava sob intervenção federal na segurança pública por ineficiência na investigação de crimes violentos contra a população. Raquel Dodge, ex-procuradora-geral da República

Dodge elogiou a postura do ministro da Justiça Flávio Dino, que disse ser 'prioridade máxima' do governo Lula desvendar o caso Marielle. A ex-procuradora-geral da República ainda destacou que sua ida ao Rio de Janeiro horas após o crime tinha a intenção de reforçar a necessidade de uma investigação profunda do assassinato da vereadora.

Não tenho dúvidas de que a presença da figura que ocupa o cargo de procuradora-geral da República, menos de 12 horas depois do assassinato, ajudou a dar a esse caso a visibilidade que ele precisa ter e passou a ter desde então. Vejo com alegria que o ministro Flávio Dino concorda com a ideia de que precisamos melhorar a eficiência desta investigação, que era o gesto que eu quis manifestar à população, à família e às autoridades do Rio de Janeiro quando estive lá. Raquel Dodge, ex-procuradora-geral da República

Freixo: Nova direção da PF dá esperança na resolução do caso Marielle

Marcelo Freixo, presidente da Embratur e ex-deputado federal, afirmou que o novo comando da Polícia Federal dá esperanças de que o caso Marielle será, enfim, esclarecido. Ele criticou a forma como as investigações foram conduzidas, com diversas trocas de delegados. Essas mudanças atrapalharam o andamento das apurações e contribuíram de forma decisiva para a lentidão do processo, na visão do ex-deputado federal.

São cinco anos onde se fez tudo de errado em uma investigação. A esperança que tenho é a mudança que houve no país em relação ao Ministério da Justiça e, principalmente, à Polícia Federal. O grupo que está à frente da PF hoje é muito sério. É um crime contra a democracia, de motivação política. Por isso, precisa ser prioritariamente resolvido. Marcelo Freixo, presidente da Embratur e ex-deputado federal

Ex-PGR: Joias pertencem ao país; 'agrado' não foi para ministro e Bolsonaro

Dodge também cobrou uma apuração minuciosa do escândalo das joias. Ela destacou que os presentes dados pelo governo saudita, com valor estimado em R$ 16,5 milhões, pertencem à União e não deveriam ter sido incorporados ao acervo pessoal do ex-presidente Jair Bolsonaro.

Há regras claras sobre o que é bagagem individual e a oficial do governo, para a qual um regramento específico. Quando se viaja a serviço do país, a bagagem e os presentes devem receber um tratamento institucional. O correto é que as autoridades declarem os presentes que receberam, porque aqueles acima de determinado valor são para o Estado, e não para a pessoa. As joias pertencem ao país. O agrado é feito ao país, e não à pessoa. Raquel Dodge, ex-procuradora geral da República

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