Dino determinará investigação de rastreamento feito pela Abin de Bolsonaro
O ministro da Justiça e Segurança Pública, Flávio Dino, afirmou hoje que vai determinar à Polícia Federal a abertura de uma investigação sobre o monitoramento de celulares feito pela Abin (Agência Brasileira de Inteligência) durante o governo do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).
Documentos, revelados nesta semana pelo jornal O Globo, mostram que a Abin usou um programa secreto para rastrear a localização de pessoas durante a antiga gestão. Na prática, qualquer aparelho poderia ser monitorado sem justificativa oficial — o que é ilegal.
Nós tivemos a comprovação do uso indevido de equipamentos. Conversei com o delegado Andrei [Rodrigues, diretor da PF], e, claro que a investigação sobre espionagem ou sobre mau uso dos equipamentos da Abin será procedida pela Polícia Federal.
Flávio Dino, ministro da Justiça e Segurança Pública
Na tarde de ontem (14), o líder do governo no Congresso, Randolfe Rodrigues (Rede-AP), também disse que avalia apresentar um requerimento de criação de uma CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) para apurar o caso.
"Isso é muito grave e mostra o que foi o descalabro desses quatro anos, em que até a vida privada das pessoas foi perseguida", afirmou Randolfe.
Entenda o caso
Nos três primeiros anos do governo Bolsonaro, a Abin usou um programa secreto para monitorar a localização de cidadãos a partir de dados do celular. As informações foram divulgadas por O Globo, que acessou documentos e ouviu o relato de servidores do órgão.
Há relatos de que o programa foi usado até mesmo contra agentes da Abin e um procedimento interno foi aberto para apurar os critérios de uso da tecnologia.
Segundo a Abin, "o contrato 567/2018, de caráter sigiloso, teve início em 26 de dezembro de 2018 e foi encerrado em 8 de maio de 2021". A agência diz que a "solução tecnológica em questão não está mais em uso".
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