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Dino entra no STF contra Eduardo, Flávio Bolsonaro e mais 6 parlamentares

Flávio Dino, ministro da Justiça e Segurança Pública, em entrevista ao UOL - Reprodução/UOL
Flávio Dino, ministro da Justiça e Segurança Pública, em entrevista ao UOL Imagem: Reprodução/UOL

Do UOL, em Brasília

20/03/2023 18h57Atualizada em 20/03/2023 18h57

O ministro da Justiça e Segurança Pública, Flávio Dino (PSB), entrou hoje no STF (Supremo Tribunal Federal) com uma notícia-crime por calúnia, difamação e racismo contra o senador Flávio Bolsonaro (PL) e os deputados Eduardo Bolsonaro (PL), Carlos Jordy (PL), Paulo Bilynskyj (PL), Otoni de Paula (MDB), cabo Gilberto Silva (PL) e Marcos do Val (Podemos).

O que aconteceu

  • Nas redes sociais, os parlamentares publicaram imagens e vídeos insinuando que o ministro entrou na favela da Maré, no Rio de Janeiro, sem uma escolta mais pesada de segurança por ter relações com o crime organizado na região.
  • Em 13 de março, Dino participou do evento "Direito à segurança pública na Maré", organizado pela instituição Redes da Maré desde 2016 para tratar dos impactos da violência armada no local.
  • Os parlamentares publicaram, então, supostas imagens da chegada de Dino à comunidade com dois carros e começaram com insinuações de que ele e Lula (PT) têm relação com crime organizado.
  • Em entrevista ao UOL News, Dino já havia antecipado que entraria com processo contra Eduardo Bolsonaro por racismo e quebra de decoro.
  • No despacho, Dino diz que "tais publicações, além de tentarem ferir a honra e imputar o cometimento de crime a este Noticiante, estão carregadas de preconceito contra as camadas menos abastadas da sociedade, especialmente as favelas e demais periferias urbanas, que são frequentemente alcançadas pela discriminação e racismo".
  • O inquérito ao qual Dino anexou a ação está sendo dirigido pelo ministro Alexandre de Moraes.
  • Em evento mais cedo, o ministro da Justiça evitou mencionar o nome dos parlamentares para não dar publicidade a eles. "Esse é o propósito deles", afirmou.
Este tipo de notícia falsa só consegue ser criada por quem, além de não compreender sobre o desenvolvimento de políticas públicas, tem a maldosa intenção de ferir a honra deste Noticiante, bem como praticar racismo, discriminar e colocar à margem camadas menos abastadas da sociedade, retirando-lhes, inclusive, o direito de serem ouvidas pelo poder público."
Flávio Dino, ministro da Justiça e Segurança Pública, em despacho ao STF

O que disse Eduardo Bolsonaro

Eduardo, na primeira oportunidade, negou que tenha sido racista, disse que acusá-lo "é golpe baixo" e que estava cumprindo seu "dever de deputado".

Questionar presença de MJ em território dominado pelo tráfico sem forte aparato policial, sem imprensa, cuja notoriedade nas redes só foi dada depois, é dever do deputado.

Aquela esquerda ao dizer que o bandido só é bandido porque é pobre e daí querer roubar, isto sim é preconceituoso.

Pois assim, justificam que qualquer pobre pode ser bandido, pois isto seria fruto da sua condição econômica e ético.

*Vídeo: Márcia Tuburi, candidata gov. PT-RJ pic.twitter.com/4cbsKU3O8v

-- Eduardo Bolsonaro (@BolsonaroSP) March 17, 2023