Dino entra no STF contra Eduardo, Flávio Bolsonaro e mais 6 parlamentares
O ministro da Justiça e Segurança Pública, Flávio Dino (PSB), entrou hoje no STF (Supremo Tribunal Federal) com uma notícia-crime por calúnia, difamação e racismo contra o senador Flávio Bolsonaro (PL) e os deputados Eduardo Bolsonaro (PL), Carlos Jordy (PL), Paulo Bilynskyj (PL), Otoni de Paula (MDB), cabo Gilberto Silva (PL) e Marcos do Val (Podemos).
O que aconteceu
- Nas redes sociais, os parlamentares publicaram imagens e vídeos insinuando que o ministro entrou na favela da Maré, no Rio de Janeiro, sem uma escolta mais pesada de segurança por ter relações com o crime organizado na região.
- Em 13 de março, Dino participou do evento "Direito à segurança pública na Maré", organizado pela instituição Redes da Maré desde 2016 para tratar dos impactos da violência armada no local.
- Os parlamentares publicaram, então, supostas imagens da chegada de Dino à comunidade com dois carros e começaram com insinuações de que ele e Lula (PT) têm relação com crime organizado.
- Em entrevista ao UOL News, Dino já havia antecipado que entraria com processo contra Eduardo Bolsonaro por racismo e quebra de decoro.
- No despacho, Dino diz que "tais publicações, além de tentarem ferir a honra e imputar o cometimento de crime a este Noticiante, estão carregadas de preconceito contra as camadas menos abastadas da sociedade, especialmente as favelas e demais periferias urbanas, que são frequentemente alcançadas pela discriminação e racismo".
- O inquérito ao qual Dino anexou a ação está sendo dirigido pelo ministro Alexandre de Moraes.
- Em evento mais cedo, o ministro da Justiça evitou mencionar o nome dos parlamentares para não dar publicidade a eles. "Esse é o propósito deles", afirmou.
Flávio Dino, ministro da Justiça e Segurança Pública, em despacho ao STF
O que disse Eduardo Bolsonaro
Eduardo, na primeira oportunidade, negou que tenha sido racista, disse que acusá-lo "é golpe baixo" e que estava cumprindo seu "dever de deputado".
Questionar presença de MJ em território dominado pelo tráfico sem forte aparato policial, sem imprensa, cuja notoriedade nas redes só foi dada depois, é dever do deputado.
Aquela esquerda ao dizer que o bandido só é bandido porque é pobre e daí querer roubar, isto sim é preconceituoso.
-- Eduardo Bolsonaro (@BolsonaroSP) March 17, 2023
Pois assim, justificam que qualquer pobre pode ser bandido, pois isto seria fruto da sua condição econômica e ético.
*Vídeo: Márcia Tuburi, candidata gov. PT-RJ pic.twitter.com/4cbsKU3O8v
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