PCC alugou imóveis em Curitiba e cogitou atacar Moro nas eleições, diz PF
A Polícia Federal aponta que membros do PCC (Primeiro Comando da Capital) passaram pelo menos seis meses em Curitiba organizando um atentado contra o ex-juiz e ex-ministro Sergio Moro (União-PR), hoje senador. Nove pessoas foram presas ontem sob acusação de envolvimento no plano desarticulado pela PF.
O que aconteceu?
- A juíza federal Gabriela Hardt, que autorizou as medidas contra os membros do PCC, tirou hoje o sigilo das decisões
- A facção, segundo a PF, cogitou atacar Moro no dia do segundo turno das eleições do ano passado.
- A investigação aponta que o grupo alugou imóveis e comprou veículos em Curitiba para monitorar a rotina do ex-juiz.
- Os criminosos monitoraram o local de votação de Moro no bairro Bacacheri, de acordo com a PF. Uma conversa de WhatsApp obtida pela PF trouxe um "relato detalhado" das proximidades do Clube Duque de Caxias, o colégio eleitoral do senador. A mensagem descreve as entradas, as rotas de acesso, câmeras no local e nas proximidades e a quantidade de seguranças na região.
Para os agentes, o detalhamento indica que "foi cogitada alguma ação" contra Moro durante o pleito.
Foi observada a existência de diversos contatos com DDD 41 -- região de Curitiba/PR, referentes a imobiliárias, lojas de móveis, hotéis, pousadas, chácaras, construtora, loja de celulares, restaurantes, pizzaria e outros criados principalmente no período de 20 a 28/10/2022 -- período que antecedeu o segundo turno das eleições presidenciais (30/10/2022), o que, mais uma vez, evidencia a intenção da facção em executar ações criminosas à época"
Juíza Gabriela Hardt, que autorizou as prisões dos membros do PCC
O que mais diz a investigação da PF
- A PF aponta que o PCC alugou pelo menos duas casas e um apartamento em Curitiba, todos em bairros de classe média alta, para hospedar integrantes da facção.
- Uma moradora vizinha a um dos imóveis relatou que três homens moraram no espaço, entre setembro de outubro de 2022, e deixaram o local "de uma hora para outra", sem comunicar nada e sem pagar o aluguel.
- O trio seria Claudinei Gomes Carias, Jeneferson Aparecido Mariano e um terceiro homem identificado pelo nome falso "Gabriel". Os dois primeiros foram presos ontem.
As provas colhidas indicam que atos criminosos estão efetivamente em andamento na cidade de Curitiba/PR há pelo menos seis meses, contando com a presença física dos investigados, compra de veículos, aluguel de imóveis e monitoramento de endereços e atividades do senador Sérgio Moro"
Juíza Gabriela Hardt, que autorizou as prisões contra os membros do PCC
Vigilâncias e deslocamentos para Curitiba/PR, entre outros dados, ocorrem desde meados de agosto de 2022, ou seja, a situação do plano é de estabilidade nos propósitos ilícitos"
Trecho de relatório da Polícia Federal
Não bastasse isso, utilizaram veículos diversos e têm despendido relevantes quantias oriundas do Tráfico de Drogas para subsidiar esse atentado contra o Estado Brasileiro"
Trecho de relatório da PF
Grupo procurou chácaras, casas e apartamentos
- Em relatório, a PF afirma que o grupo criminoso visitou diversas chácaras na região de Contenda e São José dos Pinhais, nas proximidades de Curitiba, e imóveis próximos à casa de Moro na capital paranaense.
- Ao ligar para o anúncio de uma das chácaras, os criminosos perguntaram sobre pedágios nas estradas (que permitiriam identificar veículo e passageiros) e se alguém cuidava do local; o temor era de que um eventual caseiro pudesse ver os atos ilícitos que seriam cometidos;
- Os criminosos também evitaram usar Pix; segundo a PF, a transação poderia ser identificada.
- Além das chácaras, o plano também envolvia duas casas e um apartamento em Curitiba.
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