Lula vai cobrar carteira de vacinação de funcionários e visitas do Planalto

O presidente Lula (PT) prometeu hoje cobrar comprovante de vacinação de todos os funcionários e visitantes do Palácio do Planalto.

O que ele disse?

Em reunião que marca os 100 dias de seu governo, Lula disse que, no Palácio do Planalto, "só vai trabalhar e entrar quem tiver cartão de vacina".

Além de uma mudança de atitude, a decisão é uma provocação ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), que não revelou se tomou ou não vacina contra a covid-19 e era contra a obrigatoriedade da vacinação.

Relacionadas

Com cabeça de 2003, Lula toma choque de realidade nos primeiros 100 dias

Com slogan repetido de Temer, Lula lança campanha para marcar 100 dias

Com 100 dias de governo, Lula fala em ministros otimistas, mas também cobra

"Se [as pessoas] não se respeitarem, respeitem os outros", afirmou Lula. "Pode até querer ficar doente, mas não pode transmitir para as outras pessoas."

Ainda temos muita gente que não gosta de democracia impregnada aqui. Vamos conversar que, neste Palácio, não trabalhará ninguém que não tenha o cartão de vacina."
Lula, sobre a vacinação

O presidente reuniu hoje todos ministros de Estado e as lideranças no Congresso para marcar os 100 dias de gestão.

Em uma fala de pouco mais de uma hora, ele cobrou ministros por avanço, cutucou a quem chamou de "super-ricos", criticou o Banco Central pelos juros altos, pediu foco em empregos e atribuiu o atraso em algumas áreas à gestão Bolsonaro.

Mudança em relação a Bolsonaro

• Bolsonaro diz não ter se vacinado contra a covid-19 e fez diversas piadas contra a vacinação durante a pandemia.
• Foi feito um pedido via Lei de Acesso à Informação para que ele mostrasse sua carteira de vacinação, mas ela não foi liberada.
• A CGU (Controladoria-Geral da União) já retirou o sigilo do documento, mas determinou que os dados só sejam repassados após a conclusão da investigação da pasta que apura possível inserção de dados falsos no sistema do Ministério da Saúde.
• O ex-presidente também criticou várias vezes a exigência da imunização em aeroportos e estabelecimentos, o isolamento social e o uso obrigatório de máscaras.