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Sakamoto: Investigação não é retaliação; Exército não pode ajudar golpistas

Colaboração para o UOL, em São Paulo

10/04/2023 19h12

Leonardo Sakamoto comentou durante sua participação no UOL News desta segunda-feira (10) sobre a notícia de que a Polícia Federal vai tomar o depoimento de cerca de 80 militares do Exército sobre os atos antidemocráticos do dia 8 de janeiro. O objetivo é aprofundar a investigação sobre a eventual participação ou omissão de integrantes das Forças Armadas no episódio.

Segundo o colunista do UOL, apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) têm chamado a ação da PF de retaliação. Sakamoto lembrou que o próprio Tribunal Superior Militar concordou com o STF (Supremo Tribunal Federal) sobre o julgamento de militares por crimes comuns.

Não é uma questão militar, é uma questão comum, e crimes comuns são julgados pela Justiça comum. Eles não estavam representando as Forcas Armadas ao contribuírem com os atos golpistas. Muitos deles estavam lá atuando como golpistas e outros contribuindo com atos golpistas".

"Tudo isso tem que ser investigado, Exército e militares não podem ajudar golpistas", completou.

Sakamoto: Receita impede 'fuga' de acusado de ajudar Bolsonaro na muamba das joias

Sakamoto também falou a respeito do pedido de demissão do ex-secretário da Receita Federal Júlio César Vieira Gomes, negado pela Receita Federal. Para o colunista, a Receita evitou uma "fuga institucional", que tinha como objetivo evitar uma punição no currículo.

Na prática, a Receita impediu uma fuga institucional de um acusado de ajudar Bolsonaro na muamba de joias. O sujeito que é acusado de pressionar fiscais que confiscaram R$ 16,5 milhões em joias a liberarem a fortuna para Bolsonaro tentou uma fuga institucional, demitir-se do cargo, se livrar. E a Receita falou, 'não, você fica até a gente terminar de verificar se você tem responsabilidade ou não nessa polvorosa doida que foi colocada'".

Está claro que Lula aprendeu com Bolsonaro lições sobre comunicação, diz Sakamoto

Sakamoto também falou sobre a notícia dada na manhã de hoje pelo ministro da Secom (Secretaria de Comunicação Social), Paulo Pimenta, de que o presidente Lula deverá ter uma transmissão semanal nas redes.

Para Sakamoto, ficou claro nesse início de governo que Lula aprendeu algumas lições sobre comunicação com seu antecessor.

O petista pode chamar o Bolsonaro de genocida, corrupto, golpista, mas é impossível não reconhecer que a comunicação dele em rede foi muito boa, essa coisa de falar diretamente com o público".

O colunista ainda lembrou que Lula abriu mão de ter um porta-voz, assim como Bolsonaro fez logo no início do governo.

O Lula está preferindo dar entrevistas coletivas ou exclusivas para veículos de imprensa ou deixando que os ministros passem os recados. E vai falar abertamente com o público em lives como fazia Jair, só que não atacando a imprensa, não transformando repórteres mulheres em inimigas da nação como fez Jair Bolsonaro".

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