Bolsonaro falou à PF que mandou chefe da Receita atuar sobre joias, diz TV
O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) disse que mandou o chefe da Receita Federal, Júlio César Vieira, atuar pessoalmente sobre o caso das joias sauditas.
O que aconteceu:
Bolsonaro prestou depoimento à PF (Polícia Federal) no início do mês. O conteúdo das falas do ex-presidente foram reveladas pelo canal CNN Brasil.
O ex-presidente disse que, "salvo engano", determinou que Vieira "estabelecesse contato direto" com seu ajudante de ordens, o tenente-coronel Mauro Cid; a Cid, Bolsonaro delegou a incumbência de ir "atrás de informações sobre tais fatos" junto à Receita Federal.
Bolsonaro disse ter tomado conhecimento das joias entre o final de novembro e o início de dezembro de 2022, mas afirmou não se recordar quem lhe informou sobre as peças. Bolsonaro ressaltou que não conversou pessoalmente com o ex-ministro de Minas e Energia Bento Albuquerque, que estava de posse dos presentes desde outubro de 2021.
O ex-presidente disse ser "praxe" o recebimento de presentes em visitas ao Oriente Médio e que "não teve um motivo específico para as joias terem sido ofertadas pelo governo da Arábia Saudita". Ele também destacou que outros ex-presidentes brasileiros receberam presentes no exercício de seus respectivos mandatos.
Bolsonaro também afirmou que não recebeu nenhum presente de forma direta enquanto presidente da República, que "não colocou as mãos" em nenhum presente e que todos os brindes recebidos por ele nos quatro anos de governo foram entregues via ajudante de ordens ou por intermédio do Itamaraty.
Posteriormente, esses presentes eram encaminhados ao Gabinete Adjunto de Documentação Histórica para ser cadastrado e classificado como "público, privado ou de interesse público", de acordo com Bolsonaro. Ele afirmou que "nunca" decidiu ou foi consultado quanto a classificação dos brindes.
Entenda o caso das joias
O governo Bolsonaro tentou trazer ilegalmente um conjunto de joias avaliado em R$ 16,5 milhões dado de presente pela Arábia Saudita à ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro, conforme revelou o jornal O Estado de S. Paulo.
As peças de diamantes estavam na comitiva do ex-ministro de Minas e Energia Bento Albuquerque e foram retidas na Receita Federal do Aeroporto Internacional de Guarulhos (SP). Próximo ao fim de seu mandato, Bolsonaro mobilizou alguns ministérios para tentar reaver as joias, mas não conseguiu.
Depois, foi revelado que Bolsonaro e alguns de seus ministros receberam outros presentes caros. O ex-presidente chegou a devolver um segundo conjunto de joias e armas, após determinação do TCU (Tribunal de Contas da União).
A defesa de Bolsonaro nega irregularidades no caso e diz que o ex-presidente agiu conforme as leis. Michelle, por sua vez, ironizou o conjunto de R$ 16,5 milhões que seria dado de presente a ela.
Vieira chegou a pedir demissão do cargo em meio ao escândalo, mas sua exoneração foi barrada.
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