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Bolsonaro informa à PF que não deve comparecer a depoimento sobre fraude

A defesa do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) informou à Polícia Federal que ele não deve comparecer hoje ao depoimento sobre a operação que apura suposta inclusão de dados falsos sobre vacinação contra a covid-19 nos sistemas do Ministério da Saúde.

O que aconteceu?

Bolsonaro deveria prestar depoimento nesta manhã na PF. Mais cedo, o ex-presidente e a ex-primeira-dama, Michelle, foram alvos de buscas e apreensões; o celular de Bolsonaro foi levado pelos agentes.

Segundo o UOL apurou, os advogados de Bolsonaro, porém, informaram que o presidente não deve comparecer à oitiva, ao menos, neste primeiro momento.

Fabio Wajngarten, ex-chefe da Secretaria de Comunicação de Bolsonaro, que também é advogado, foi à PF para ter acesso aos autos.


Uma reunião de emergência está sendo conduzida entre Bolsonaro, seus advogados, assessores e aliados próximos na sede do PL. O encontro busca discutir os próximos passos da defesa.

O ex-candidato à vice-presidência Braga Netto também participa do encontro.

Bolsonaro nega adulteração

"Não existe adulteração. Eu não tomei a vacina e ponto final. Nunca neguei isso", afirmou o ex-presidente à emissora CNN Brasil, na porta de sua residência, em Brasília. Para Bolsonaro, a operação da PF é tentativa de "criar um fato".

Segundo o ex-presidente, apenas a esposa, Michelle, foi vacinada contra covid. "Não tomei a vacina após ler a bula da Pfizer. Minha esposa foi vacinada em 2021, nos Estados Unidos, com a Janssen, e minha filha Laura, de 12 anos, também não tomou vacina."

"Se eu tivesse que entrar [nos EUA] e apresentasse cartão, vocês estariam sabendo", disse o ex-presidente aos repórteres.

"Meu celular foi levado, o da Michelle, eu não sei. Meu telefone não tem senha, não tenho nada a esconder sobre nada", declarou.

Defesa diz que ação foi "precipitada". O advogado Marcelo Luís Ávila de Bessa disse que ainda não teve acesso ao inquérito, mas considera que o ato foi "arbitrário".

Operação da PF faz busca na casa de Bolsonaro e prende ex-ajudante

A Polícia Federal deflagrou hoje uma operação que investiga a inclusão de dados falsos sobre vacinação contra covid-19 nos sistemas do Ministério da Saúde. Suspeita é de que Bolsonaro teria sido um dos beneficiados.

O tenente-coronel Mauro Cid, que foi ajudante de ordens de Bolsonaro, foi preso. Além dele, mais cinco pessoas foram detidas.

PF investiga se cartão de Bolsonaro foi fraudado para entrar nos Estados Unidos. Por isso, houve busca e apreensão na casa do ex-presidente.