Gilmar Mendes diz que Lava Jato praticava 'tortura usando poder do Estado'
Em novas críticas à Lava Jato, o ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Gilmar Mendes, acusou os procuradores e juízes responsáveis pela operação em Curitiba de terem praticado "tortura com o poder do Estado".
O que aconteceu:
Mendes disse as decisões tomadas pela "República de Curitiba envergonham a Justiça" brasileira, e defendeu que seja feito "um escrutínio muito severo" sobre os métodos utilizados na operação para obter delações premiadas. As declarações foram feitas ontem (9), na 2ª Turma do STF.
Para o ministro, é preciso averiguar o modus operandi dos procuradores de Curitiba que ficaram à frente da Operação. Ele também se referiu aos membros da Lava Jato como uma "gente chinfrim e desqualificada".
Por fim, o decano do STF recomendou que o CJF (Conselho da Justiça Federal) faça a investigação, mesmo que o chefe da Lava Jato em Curitiba, Deltan Dallagnol (Podemos-PR), e o juiz responsável pelas denúncias, Sergio Moro (União-PR), tenham deixado suas funções para assumirem cargos políticos como deputado e senador, respectivamente.
As pessoas só eram soltas, liberadas, depois de confessarem e fazerem acordo. Isso é uma vergonha e nós não podemos ter esse tipo de ônus. Coisa de pervertidos. Claramente se tratava de prática de tortura usando o poder do Estado.
Gilmar Mendes, ministro do STF
Ministro criticou Lava Jato também no Roda Viva
Esta foi a segunda vez na semana que Gilmar Mendes criticou a Lava Jato nesta semana. Na segunda-feira (8), ele disse na TV Cultura que "Curitiba tem o germe do fascismo" ao criticar Moro e Dallagnol.
Posteriormente, ele se retratou, disse que sua fala foi uma "metonímia" e que "jamais quis ofender o povo curitibano".
Nas redes sociais, a esposa de Sergio Moro, a deputada federal Rosangela Moro (União-SP), acusou o ministro de ser "obcecado" por seu marido.
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