Após afastamento de Appio, juíza que condenou Lula reassume a Lava Jato
A juíza federal substituta Gabriela Hardt reassumiu hoje (23) a condução dos processos relacionados à Operação Lava Jato após o TRF-4 (Tribunal Regional Federal da 4ª Região) afastar temporariamente o então titular da 13ª Vara Federal de Curitiba, Eduardo Appio.
O que aconteceu
Hardt assume a titularidade de forma temporária, como fez no passado durante as ausências de Sergio Moro (hoje senador pelo União Brasil) e Luiz Antônio Bonat, magistrados que conduziram a Lava Jato.
A juíza foi responsável, em uma dessas substituições, pela sentença que condenou Lula em 2019. A condenação foide 12 anos e 11 meses de prisão no caso do sítio de Atibaia.
Hardt elogiou Moro na sentença, afirmando que o então ex-juiz sempre tomou decisões fundamentadas na condução do processo contra o petista. À época, Moro já era ministro da Justiça de Jair Bolsonaro (PL).
A condenação de Lula, porém, foi anulada pelo Supremo Tribunal Federal. A Corte entendeu que os casos não deveriam ter tramitado em Curitiba. O STF também apontou a parcialidade de Moro nas ações contra Lula.
Hardt foi responsável mais recentemente por autorizar a operação que prendeu nove membros do PCC que teriam planejado um atentado contra Moro e seus familiares. Na ocasião, a juíza substituta conduzia os casos da 9ª Vara Federal de Curitiba durante as férias da titular, Sandra Regina Soares.
Condução pode ser temporária
Apesar do histórico e familiaridade com os casos da Lava Jato, há a possibilidade de Gabriela Hardt não ficar na 13ª Vara de Curitiba por muito tempo.
A magistrada participa de um concurso de remoção para atuar em varas fora de Curitiba. O resultado deve sair na próxima semana.
Enquanto isso, Hardt vai conduzir os processos -- hoje ela já pediu que o Ministério Público Federal se manifeste sobre supostos grampos na cela do doleiro Alberto Youssef.
Afastado, Appio se diz "tranquilo"
O juiz Eduardo Appio afirmou ao UOL que está "tranquilo" e que acredita que seu afastamento "será revertido em Brasília". Ele não fez comentários específicos sobre a decisão do TRF-4 de ontem o afastou da 13ª Vara Federal de Curitiba.
Além do afastamento, o tribunal determinou que os equipamentos eletrônicos usados por Appio deverão passar por perícia.
Appio é suspeito de ter feito uma ligação intimidadora para o filho do desembargador Marcelo Malucelli, envolvido no julgamento de um processo disciplinar contra Appio e sócio do ex-juiz Sergio Moro (União-PR).
Além do afastamento, Appio já havia se envolvido em polêmica por usar uma senha "LUL2022" para acessar o sistema da Justiça Federal. Em entrevista à Globonews, ele confirmou o termo, mas negou ser petista.
"A questão de alguns anos atrás, quando o presidente Lula ainda estava preso, a minha sigla de acesso ao sistema da Justiça Federal era LUL2022. Eu trabalhava com matéria previdenciária e foi um processo isolado, individual meu contra uma prisão que eu reputava ilegal", disse o juiz.
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